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Redes digitais: um mundo para os amadores. Novas relações entre mediadores, mediações e midiatizações

das, características apresentadas ao receptor tanto pela aparên-

cia das personagens quanto pelas ações das mesmas nas tramas

dos jogos. Como essas representações contribuiriam para confi-

gurações de entendimento comum em relação à posição da mu-

lher na sociedade? Se levarmos em consideração que pessoas

passammuito tempo convivendo e interagindo commensagens

nos games e que muitos jogos mais “sérios” buscam oferecer ex-

periências intensas, torna-se importante um acompanhamento

da cultura dos games da mesma forma que é realizado com ou-

tros produtos midiáticos neste sentido.

O cinema produz obras com direcionamento tanto de

gênero quanto de faixa etária, classe social e cultural. Com os

video games isto não é diferente. Entretanto, ao consumir cine-

ma, vemos espectadoras debatendo com os amigos, pesquisan-

do, discutindo, expondo opiniões, etc. Aos poucos, percebemos

um crescimento na presença de mulheres em discussões sobre

jogos eletrônicos, porém, a participação feminina nesses âmbi-

tos ainda é ínfima se comparada ao envolvimento na circulação

de opiniões sobre outros produtos midiáticos. Sendo assim, de

que maneira estariam acontecendo mudanças na participação

das jogadoras nas instâncias de trocas e de debates sobre jogos?

De que forma se configura o interesse feminino pela cultura dos

jogos eletrônicos e que presença eles possuem no dia a dia das

mulheres? Também é notável a presença de mulheres em

blogs

,

podcasts

e programas no YouTube falando sobre video games,

porém, com uma frequência ainda menor do que a presença de

homens até mesmo nestas instâncias. Um exemplo notável a

ser mencionado é o site Feminist Frequency

20

, encabeçado pela

crítica de mídia e blogueira Anita Sarkeesian, onde são apre-

sentados os mais diversos casos de representação feminina em

produtos e narrativas da cultura pop, incluindo brinquedos, ga-

mes, cinema, quadrinhos, etc. Anita faz vídeos criticando tanto

a forma como a indústria apresenta a mulher quanto como cria

seus produtos direcionados aos diferentes públicos, e também

conversa sobre as expressões do público em relação ao tema.

20 Disponível em: <http://www.feministfrequency.com>. Acesso em: 17 jan.

2017.