Table of Contents Table of Contents
Previous Page  111 / 284 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 111 / 284 Next Page
Page Background

Redes digitais: um mundo para os amadores.

Novas relações entre mediadores,

mediações e midiatizações

uma estrutura rígida de formação dos perfis, padronizando a for-

ma como todos os usuários aparecem em tal rede, bem como no

Twitter. Isto é, a subjetividade dos sujeitos é, ao mesmo tempo,

“livre” para ser constituída do ponto de vista do conteúdo, mas

rigorosamente controlada do ponto de vista da forma. A razão é

simples: quanto mais informação fornecemos às redes (por isso

a produção de conteúdo é fundamental), seguindo seus padrões

e preenchendo seus campos de informaço, mais nos adequamos

aos algoritmos de mapeamentos individuais e coletivos e mais

valor (porque com informações mais completas) terão os rela-

tórios a serem vendidos sobre nossos perfis pessoais a outras

corporações. A fortuna dos GAFAM,

20

que estão entre as maiores

corporações do mundo, vem do infinito e baratíssimo trabalho

imaterial dos mais de 3,4 bilhões de internautas. Portanto, há

que se tensionar o conceito de liberdade na Internet, isso porque

ela está condicionada às possibilidades técnicas das comunida-

des em rede e dos interesses comerciais em jogo. Ocorre, então,

que por trás das plataformas audiovisuais em que se navega na

www

existem sistemas sofisticados de programação, responsá-

veis pela armazenagem de dados dos usuários, que mapeiam/

monitoram as formas de agir dos internautas.

Do ponto de vista estético, os modos de agir/ser nas

comunidades on-line são pautados por uma construção de si

formada em grande medida por imagens, sejam elas estáticas

ou dinâmicas (vídeos, gifs, animações, etc.). Isso é reflexo tam-

bém dos avanços tecnológicos, que, ao mesmo tempo que de-

mocratizam a produção audiovisual, geram uma “necessidade”

de produção desse tipo de discurso. Evidentemente isso não se

dá de maneira absolutamente linear e pacífica entre os aparatos

técnicos e os usuários; há todo um tensionamento mútuo que

reorganiza práticas e atualiza a produção desse tipo de conteú-

do. Por ser um processo constante, há sempre algo em (des)

construção e em (re)produção por parte dos amadores na

web

,

sendo os memes (imagens que viralizam na rede, normalmente

promovendo uma ressignificação cômica ou irônica de uma ima-

gem bastante conhecida) os casos mais emblemáticos e comuns

desta potência criativa e criadora das audiovisualidades

web

.

20 O termo se refere às empresas Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft.