Redes digitais: um mundo para os amadores.
Novas relações entre mediadores,
mediações e midiatizações
ca do
sujeito-se
– uma tradução do conceito em francês
sujet-on
– configurando uma “outra experiência de subjetividade, aquela
que deriva não de uma vontade, de um desejo, de uma iniciativa,
de um lapso de um sujeito constituído (ainda que ausente), mas
dos automatismos do dispositivo técnico” (MACHADO, 2007, p.
136). Outro autor na área da comunicação que nos ajuda a am-
pliar essa compreensão é o russo radicado nos Estados Unidos
Lev Manovich (2001), que, em seu livro
El lenguaje de los nuevos
medios de comunicación
(2001), aborda a questão da montagem
espacial, seu equivalente, guardadas as devidas proporções, ao
que Flusser chama de “pensamento em superfície”. Manovich
olha para a forma fílmica para tentar compreender como tais es-
tratégias de montagem cinematográfica operam ou funcionam
no contexto dos computadores pessoais. A partir desta carac-
terística, o autor chama atenção para o que ele denomina como
uma nova dimensão espacial.
Además de las dimensiones del montaje ya explo-
radas por el cine (las diferencias en el contenido,
la composición y el movimiento de las imágenes)
tenemos ahora una nueva dimensión: la posición
de las imágenes en el espacio en relación con las
demás. Asimismo, como las imágenes no reempla-
zan las unas a las otras como en el cine, sino que
permanecen en la pantalla de principio a fin de la
película, cada nueva imagen se yuxtapone no sólo
con la imagen que la precedió sino también con to-
das las demás imágenes presentes en la pantalla
(MANOVICH, 2001, p. 401).
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Os sinais do tempo estão impressos nas imagens digi-
tais. Se durante longo período o imaginário individual e coletivo
no Ocidente foi relegado à memória da palavra escrita, à lógica
linear de pensamento, o tempo presente abre novas possibilida-
23 Tradução nossa: “Além das dimensões da montagem já exploradas pelo cinema
(as diferenças no conteúdo, a composição e o movimento das imagens) temos
agora uma nova dimensão: a posição das imagens no espaço com relação às de-
mais. Assim como as imagens não se sobrepõem umas às outras como no cine-
ma, mas permanecem na tela do princípio ao fim do filme, cada nova imagem se
justapõe não apenas com a imagem que a precedeu, mas também com todas as
demais imagens presentes na tela.”