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Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados

mídia tradicional, fechada, restritora da liberdade. No entanto,

convém questionar: por que, se há liberdade plena de produção,

os conteúdos são cocriações ou mixagens, remodelagens daqui-

lo que já foi inserido na mídia tradicional, mas agora desprovi-

do da roupagem, descolado do contexto? Há criação em cima do

jornalismo clássico ou há apenas um processo de apropriação

para aproveitar o aspecto confiável do discurso jornalístico, a tal

credibilidade da imagem fotojornalística? Mesmo que na produ-

ção do videoclipe, ou do vídeo para

YouTube

, os valores-notícia

não sejam mais prioritários, nem mesmo o valor da informação,

já que esta é fragmentária por essência, a apropriação se confi-

gura como um espaço pleno do novo? Tais perguntas só poderão

ser investigadas indo aos materiais empíricos.

3 Análise do

corpus

A internet é um espaço infinito de armazenamento de

dados; observa-se que a função memória é ampliada neste meio,

uma vez que é possível acessar materiais já há algum tempo ina-

cessíveis em dispositivos tidos como tradicionais. Com o propó-

sito de compreender como se dão as inscrições/reinscrições de

materiais significantes na web com vistas à apropriação, optou-

-se por analisar dois vídeos

8

, um deles sobre as manifestações

ocorridas em junho de 2013 e um videoclipe da banda norte-a-

mericana

Thirty Seconds to Mars

, tendo em comum o uso de ima-

gens jornalísticas de tempos diferidos. Os vídeos foram analisa-

dos de modo dissociado quanto às categorias de imagem, edição,

efeito, entre outras, sendo que, em uma segunda instância, estes

foram relacionados entre si para se proceder às inferências.

3.1 Vid o lipe

This Is War – Thirty Se onds to Ma s

http://www.youtube.com/watch?v=Zcps2fJKuAI

O videoclipe disponível no

YouTube

e já assistido, ape-

nas no canal Vevo, 56 mil vezes indica a popularidade da banda

8

As análises foram realizadas com a importante contribuição do acadêmico do

curso de Tecnologia em Comunicação Institucional da Universidade Tecnológica

Federal do Paraná (UTFPR) Michael Siqueira, em projeto de iniciação científica,

sendo o estudante responsável pela decupagem dos vídeos e pesquisa de fontes.