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material, obtidas pelo processo de cominuição, devem ser separadas ou classificadas de
acordo com o seu tamanho. A classificação tem como objetivo o conhecimento da
distribuição granulométrica das partículas. Após as etapas de cominuição e de classificação
granulométrica, o enriquecimento do material acontece por meio de técnicas de separação,
onde se separam as partes que interessam para o processo de refino do metal, destacando-se
eventuais impurezas. As operações de separação podem ser, por exemplo, separação
gravimétrica, magnética e eletrostática. A separação gravimétrica baseia-se nos diferentes
graus de densidades utilizando-se de um meio fluido, água ou ar, para realizar a separação. A
separação magnética baseia-se nos diferentes graus de atração exercidos por um campo
magnético sobre vários compostos metálicos. No método de separação eletrostática a
propriedade determinante é a condutividade elétrica, os materiais são classificados em
condutores e não condutores e não em condutores de corrente elétrica. No caso das placas de
circuito impresso, a diferença de condutividade elétrica entre os metais e os não metais é
condição fundamental para o bom resultado da técnica (GERBASE e OLIVEIRA, 2012).
Yamane
et al.
(2011) apresentaram uma comparação entre PCIs de computadores e
telefones celulares. As técnicas utilizadas para caracterização das placas foram trituração em
moinho de martelos seguido de análise por tamanho de partícula, separação magnética e
eletrostática e uso de água regia para lixiviação dos metais. A composição das placas de
circuito impresso dos telefones móveis foi de 63% em peso de metais (sendo 34,5% de cobre),
quanto aos computadores obtiveram 45% em peso de metais (sendo 20% de cobre), 27% de
polímeros e 28% de materiais cerâmicos.
Yoo
et al.
(2009) por sua vez, realizaram o enriquecimento dos componentes
metálicos de PCIs desfiando-as. As partículas menores que 10 mm foram moídas em um
moinho de selo para liberação dos componentes metálicos. Em seguida as PCIs moídas foram
classificadas em frações de <0,6, 0,6-1,2, 1,2-2,5, 2,5-5,0 e > 5,0 mm. Os componentes não
metálicos com frações menores que 5,0 mm foram separadas numa fração de luz, enquanto a
fração pesada de componentes metálicos foi separada por gravidade utilizando um
classificador em zig-zag. Por meio da primeira separação magnética em 700 Gauss, com base
no conjunto de fração magnética, foram recuperados 83% de níquel e ferro, enquanto na
fração não magnética 92% de cobre foram recuperados. A recuperação cumulativa de
concentrado de ferro-níquel elevou-se por uma segunda separação magnética a 3000 Gauss,
mas o grau de concentrado diminuiu notavelmente de 76% para 56%. A recuperação
cumulativa de concentrado de cobre diminuiu, porém houve um leve aumento no grau de
pureza de 71,6% para 75,4%.
A fim de reciclar alguns dos componentes presentes nas PCIs de telefones celulares,
Kasper
et al.
(2011) apresentaram um estudo utilizando em conjunto técnicas de
processamento mecânico, hidrometalurgia e eletrometalurgia. Após o final do processo
mecânico uma fração de metal concentrado foi obtida com uma concentração média de 60%
de cobre. Essa fração concentrada em metais foi dissolvida em água régia e enviada para
separação eletrolítica, recuperando assim 92% de cobre dissolvido, demonstrando a
viabilidade técnica de recuperação de cobre, utilizando as três técnicas referidas.
2.2.3.2
Processo hidrometalúrgico
O processo hidrometalúrgico consiste na separação de metais, sendo que a etapa
principal envolve reações de dissolução do material em soluções ácidas ou alcalinas seguidas
de etapas de separação como filtração, destilação e precipitação dos metais dissolvidos
(GERBASE e OLIVEIRA, 2012).
O processamento hidrometalúrgico apresenta bons resultados na recuperação de metais
nocivos, pois é uma técnica que não oferece grandes custos nos processos envolvidos, se
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