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partir de sucatas ou resíduos, são mais concentradas e exigem apenas processos de
purificação. Além de tornar o processamento de obtenção do metal mais barato para o
produtor, a reciclagem ou recuperação pode atender determinados objetivos sociais e
ambientais, pode-se citar a conservação de fontes naturais e a proteção do meio ambiente
quanto à poluição. Porém, para que o processo de reaproveitamento dos resíduos ocorra,
torna-se essencial a participação da sociedade por meio da conscientização da mesma e
estabelecimento de regulamentos quanto à coleta seletiva do lixo. Assim, o principal fator
para o sucesso ou fracasso de programas de reciclagem é a viabilidade de um mercado para os
materiais separados, pois, um programa de reciclagem inclui por necessidade um mercado
consumidor para os materiais coletados, caso contrário, os materiais separados terão como
destino os aterros junto aos demais resíduos não separados. É notório que nos últimos anos
tem havido uma forte indicação por parte da população à dedicação de tempo e esforço para
separar materiais para uma subsequente reciclagem. Sendo assim, mercados para materiais
reciclados podem ser criados por uma demanda da população (RIBEIRO, 2013; VEIT, 2005).
De acordo com Li
et al.
(2007) a extração de metais do meio ambiente, de minas, se
comparada com a recuperação de metais presentes em sucatas de EEE, apresenta maior
consumo de energia e recursos naturais. Há ainda a constatação de que os metais
reaproveitados dos circuitos eletrônicos dos equipamentos descartados apresentam níveis de
pureza, cerca de dez vezes maior, quando comparados aos metais presentes em minérios. A
utilização desses metais poderia garantir padrão de qualidade superior dos produtos finais.
Sendo assim, o estudo constante de técnicas de processamento de REEE é algo que envolve a
participação global na tentativa de desenvolvimento de novos processos de reciclagem
(BUYUKBAY
et al.,
2010).
2.2.2
Placas de circuito impresso
A PCI é um componente básico, largamente utilizado em toda a indústria eletrônica e
chega a representar 30% de todo o produto fabricado (BERNARDES
et al.
, 1997), sendo
constituída por uma placa onde são impressas ou depositadas trilhas de cobre. Enquanto a
placa se comporta como um isolante (dielétrico), as trilhas têm a função de conectar
eletricamente os diversos componentes e as funções que apresentam. A placa tanto constitui
laminado mecânico para os componentes que formam o circuito (resistores, capacitores,
circuitos integrados, transistores, diodos e componentes magnéticos) como viabiliza, devido
às trilhas de cobre, o contato elétrico entre esses elementos (ANDRADE, 2002).
A composição dessas placas é extremamente heterogênea, o que dificulta a sua
reciclagem (SAITO, 1994
apud
VEIT, 2001). Mas, por outro lado, a presença de grande
quantidade de metais em sua composição, torna as PCIs uma matéria prima interessante. O
teor de metais nas PCIs é muito superior ao teor encontrado nos minérios (LEGARTH, 1997
apud
RIBEIRO, 2013). Além disso, as mesmas contêm materiais perigosos (HAYS, 1993
apud
VEIT, 2005; KOHL 2014) para o meio ambiente quando dispostos de maneira
inadequada, tornando sua reciclagem, além de interessante economicamente também
necessária ambientalmente.
Os primeiros estudos para reciclagem de sucatas eletrônicas datam de 1969, quando o
U.S. Bureau of Mine (SUM, 1991
apud
VEIT, 2001) começou a investigar procedimentos
para recuperar metais preciosos de sucatas eletrônicas militares obsoletas ou danificadas que
atingiam mais de 9.100 toneladas por ano.
As PCIs fornecem a base em que são montados os circuitos eletrônicos e são
constituídas por polímeros, cerâmicas e metais. Para promover a interconexão entre as partes
condutoras, são construídos os circuitos impressos a partir de metais tais como cobre, ferro,
chumbo, estanho, níquel, alumínio e zinco. Essas placas estão presentes na maioria dos
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