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2.2.3.4
Processo eletrometalúrgico
A eletrometalurgia é uma forma de refino de metais por meio da eletrólise, baseado
nas reações de oxi-redução, não espontâneas em que o metal dissolve-se sob a forma de íons
metálicos e é eletrodepositado no cátodo na forma pura (ZENI
et al.
, 2011).
Segundo Gerbase e Oliveira (2012) dois processos eletrometalúrgicos podem ser
seguidos, o eletrorrefino e a eletro-obtenção. O processo de eletrorrefino é utilizado
normalmente com metais fundidos obtidos por métodos pirometalúrgico, já a eletro-obtenção
consiste na eletrólise (com ânodo insolúvel, inerte) de uma solução aquosa de um sal de metal
(sulfato, cloreto, etc), obtida por extração do solvente ou lixiviação do minério ou
concentrado. A solução do íon metálico é submetida a uma corrente elétrica e ocorre
eletrodeposição do metal no cátodo. Na eletro-obtenção, metais como cobre, zinco, cádmio,
alumínio, metais preciosos, entre outros, podem ser obtidos.
Fogarasi
et al
. (2014) apresentaram em estudo experimental, condições ideias de
operação para o processo eletroquímico após a realização da lixiviação dos metais em meio
ácido, permitindo uma recuperação de cobre com 99,04% de pureza com uma eficiência de
corrente elétrica de 63,84% e consumo específico de energia de 1,75 KWh/kg cobre. Destaca-
se que o resíduo sólido obtido, simultaneamente, com a recuperação de cobre apresentou uma
concentração de ouro 25 vezes mais elevada do que as amostras de outro nas amostras iniciais
das placas.
Veit
et al.
(2006) demonstraram a viabilidade de uma técnica de recuperação de cobre
usando processamento mecânico seguido de uma técnica eletrometalúrgica. Por esse processo
foi possível obter fração concentrada em metais (Cu, Pb e Sn), destaque para o cobre que
apresentou uma recuperação de 98%, e fração contendo polímeros e cerâmicas.
2.2.3.5
Processo biometalúrgico
A biometalurgia é um processo em que são utilizadas as interações entre os micro-
organismos e minerais para recuperar metais. A principal aplicação da biometalurgia tem sido
a biolixiviação de sulfetos metálicos. As principais vantagens da técnica são os baixos custos,
quando comparados aos de uma fundição e a simplicidade. Como desvantagem possível pode-
se citar o tempo requerido para a ocorrência da biolixiviação e a necessidade do metal estar
em uma forma que fique exposto para o possível ataque microbiano (GERBASE e
OLIVEIRA, 2012).
Liang
et al.
(2010) analisaram a recuperação de metais em PCIs por meio de culturas
mistas de acidófilas. Os percentuais de extração de Cu, Ni, Pb e Zn apresentaram 94%, 89%,
90% e 86%, respectivamente.
Xiang
et al.
(2010) avaliaram a solubilidade de cobre, presente em resíduos de PCIs,
por consórcio bacteriano. Os resultados indicaram que a extração de cobre foi realizada
principalmente de forma indireta por meio da oxidação dos íons gerados a partir de bactérias.
Destaca-se que a taxa máxima de cobre lixiviado foi de 95% após 5 dias, demonstrando que o
cobre pode ser eficientemente solubilizado usando consórcio microbiano.
Karwowska
et al.
(2014) avaliaram a possibilidade de biolixiviação de metais
presentes em placas de circuito impresso aplicando-os em cultura de bactérias oxidantes de
enxofre e uma cultura mista de bactérias produtoras de surfactantes e bactérias bio-oxidante
de enxofre. Como resultado o processo apresentou uma eficiência média de acordo com cada
metal.
Tendo em vista os processos descritos acima é importante destacar que o processo
biometalúrgico é uma alternativa promissora do ponto de vista ambiental e econômico, pois
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