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comparado aos processamentos eletroquímicos, e gera menos impacto ambiental, sendo

menos passível ao risco de poluição atmosférica comparada ao processamento

pirometalúrgico (SUM, 1991

apud

VEIT, 2005).

Júnior

et al.

(2013) desenvolveram um processo hidrometalúrgico aplicável as PCIs de

pequenos aparelhos eletroeletrônicos usando três etapas de lixiviação. A primeira com

hidróxido de sódio (NaOH), a segunda com ácido clorídrico (HCl) e a terceira usando água

régia. A solução de hidróxido de sódio foi utilizada para o pré-tratamento das PCIs, e se

mostrou eficaz na remoção da película que recobre as placas, praticamente sem a dissolução

de metais, facilitando o ataque ácido nas etapas posteriores. Ressalta-se que esse pré-

tratamento cumpre o mesmo papel da moagem e trituração das PCI usados em processos

mecânicos. A lixiviação ácida das placas em duas etapas permitiu obter uma solução contendo

metais nobres contendo poucos elementos interferentes. A lixiviação inicial (1ª etapa) com o

acido clorídrico (ácido não oxidante) dissolveu quase todos os metais mais eletropositivos do

que o hidrogênio presente nas amostras tratadas, sendo o sólido desprendido nessa etapa

consistido de fibras e vidro. Na 2ª etapa, conduzida em meio oxidativo (água régia), produziu

uma solução muito rica em cobre e um precipitado contendo prata (AgCl). O ouro e a platina

foram isolados dessa solução por meio de extrações líquido-líquido em série sem interferência

de outros elementos, apresentando elevado rendimento e um ótimo grau de pureza.

Ainda segundo Júnior

et al.

(2013), as vantagens da rota hidrometalúrgica em

multietapas aplicadas as PCIs de pequeno porte são evitar a moagem prévia das mesmas e a

separação praticamente total dos elementos de maior valor agregado dos demais componentes

das placas. Porém, esse processo não tem como ser aplicado a PCI de maior tamanho (como

placas-mãe de computadores) devido à grande complexidade e heterogeneidade das mesmas.

Outra dificuldade é o elevado custo do processo envolvendo multietapas (reagentes, solventes,

insumos, tratamento de resíduos), dificultando sua viabilidade econômica.

Yang, Wu, Li (2012) apresentaram um processo de lixiviação para recuperar cobre a

partir dos componentes metálicos de placas de circuito impresso. Como resultado, 96,7% de

cobre foi recuperado a uma temperatura de 35° C durante um período de 2 horas de lixiviação

com sulfato de amônio e amoníaco.

Recentemente um estudo utilizando processo hidrometalúrgico é descrito por Zhu

et

al.

(2013), que utilizou dimetilsulfóxido (DMSO) em suas analises. O DMSO é conhecido por

ser um excelente solvente não-aquoso, é polar, menos tóxico, inodoro e um solvente aprótico,

a qual atua tanto como base macia (enxofre sulfóxido) e base forte. Assim, nos experimentos

realizados conclui-se que o DMSO é um solvente altamente eficiente para dissolver as resinas

epóxi de bromo utilizando processo de refluxo a 170°C. As PCIs são facilmente desagregadas

facilitando a obtenção dos metais e fibra de vidro, reciclando também as resinas epóxi de

bromo dissolvido. Devido às excelentes características de segurança, sua aplicação abrange

uma ampla gama de propósitos, nomeadamente, como agente de limpeza para componentes

eletrônicos.

Veit (2005) relata que as principais vantagens do processamento hidrometalúrgico de

sucata eletrônica sobre métodos pirometalúrgicos é a separação mais fácil dos principais

componentes das sucatas e a redução dos custos de processo. Enquanto que as desvantagens

são a dificuldade em aceitar sucatas eletrônicas mais complexas, a necessidade de processar

mecanicamente as sucatas para reduzir o volume, o ataque químico só é efetivo se o metal

estiver exposto, o grande volume de soluções, a geração de efluentes em metais base que são

corrosivos, tóxicos ou ambos e geração de resíduos sólidos.

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