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equipamentos elétricos e eletrônicos sendo que sua produção cresce constantemente por todo

o mundo. Como representante da maior parcela de resíduos de componentes eletrônicos, as

PCIs atraem a atenção para a reciclagem destes componentes (GOU

et al

., 2008

apud

LEAL,

2011).

Os metais são os constituintes das PCIs que têm potencialmente mais interesse em se

recuperar, por razões técnicas e econômicas. O valor das placas é vulgarmente ponderado com

base nos teores em cobre, o elemento metálico principal, e no dos metais nobres. Em

contrapartida, o componente polimérico das PCIs apresenta maiores dificuldade ao nível da

sua valorização, dado que tem baixo potencial econômico. A resina utilizada é termo-

endurecível impossibilitando a sua reciclagem e o reforço utilizado, tipicamente fibra de

vidro, fica facilmente com a matriz, o que impede a sua utilização para qualquer outro fim

(ABRANTES, 2009).

Algumas substâncias presentes nas PCI podem causar prejuízos à saúde. O chumbo,

encontrado nas soldas das placas, é o principal, e pode causar danos aos sistemas nervoso

central e periférico, além do sistema endócrino, circulatório e nos rins. Outros elementos

como mercúrio, que pode causar danos no cérebro e o cádmio que causa danos nos rins, além

de ser acumulativo, também estão presentes nas PCIs, porém em quantidades mais baixas.

De acordo com Recimp (2009)

apud

ABRANTES, (2009) as PCIs podem ser

classificadas em função dos elementos químicos que as constituem, nomeadamente os metais

nobres, sendo um deles o ouro. Assim, consideram-se dois tipos de placas: placas ricas e

placas pobres. Considera-se que uma PCI é rica se possuir mais de 200 ppm de ouro e pobre

se a quantidade de outro for inferior a este valor. Considera-se também que as PCIs pobres

apresentam condensadores cilíndricos de grandes dimensões e uma grande quantidade de

plásticos em relação à sua área total. Tipicamente estas placas distinguem-se das placas ricas

devido à maior dimensão em altura e menor quantidade ou mesmo ausência de processadores

(BIOSCA, 2013).

2.2.3

Métodos de processamento de placas de circuito impresso

A reciclagem é amplamente considerada como benéfica para o ambiente, embora a

coleta, triagem e processamento de materiais em novos produtos também acarretam impactos

ambientais significativos. O tratamento de PCI é um processo bastante complexo devido à

grande heterogeneidade da sua composição. As tecnologias usadas para a reciclagem das PCIs

incluem processos mecânicos, químicos e térmicos. Os principais processos são os mecânicos

(cominuição,

classificação

e

separação),

pirometalúrgicos,

hidrometalúrgicos,

eletrometalúrgicos e biometalúrgicos (VEIT, 2005).

2.2.3.1

Processo mecânico

Dentre todos os tratamentos possíveis, o tratamento mecânico é o menos agressivo ao

meio ambiente e aos seres humanos por gerar menos resíduos contaminantes. O processo

mecânico pode ser compreendido como uma espécie de pré-tratamento, visando à separação

de metais, materiais poliméricos e cerâmicos. Após este estágio, os metais são encaminhados

para processos metalúrgicos. As técnicas que compõe o processo são: cominuição,

classificação e separação (GERBASE e OLIVEIRA, 2012).

A cominuição é uma técnica mecânica de redução do tamanho das partículas. A

fragmentação ocorre com o objetivo de formar partículas com tamanho e forma determinadas

e liberar metais para futura concentração. O processo de fragmentação pode ser subdividido

em britagem e moagem. Inicialmente, faz-se a britagem atingindo-se uma granulometria

superior a 1 mm. A moagem é utilizada quando se deseja uma granulometria inferior a 1 mm.

A etapa de classificação opera juntamente com o processo de fragmentação. As partículas de

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