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MÉTODOS DE TRATAMENTO DE PLACAS DE CIRCUITO
IMPRESSO COM VISTAS À RECUPERAÇÃO DE METAIS: UMA
REVISÃO
(
AURÉLIO PESSÔA PICANÇO)
RESUMO
: A preocupação crescente com a geração de resíduos sólidos no Brasil e no mundo
vem aumentando cada vez mais a necessidade de implantação de um gerenciamento adequado
dos resíduos devido à sua característica impactante, sendo ela ambiental, econômica, social e
cultural. Junto a isso, vem o crescimento na geração dos resíduos de equipamentos
eletroeletrônicos (REEE), decorrente principalmente da revolução tecnológica dos últimos
anos que produz equipamentos em larga escala, e cada vez mais evoluídos, resultando em um
aumento na quantidade e variação de equipamentos, que por se tornarem obsoletos
prematuramente, acabam por representar uma porcentagem significante dos resíduos
descartados. O fato de haver tanta preocupação quanto ao destino correto dos REEE deve-se
pela sua composição heterogênea, principalmente de metais pesados que podem causar sérios
problemas ao ser humano e ao meio ambiente. Além de metais perigosos, os resíduos
eletroeletrônicos também apresentam metais passíveis de reciclagem e reaproveitamento por
meio de processos de beneficiamento. Neste estudo foi feito um levantamento bibliográfico,
constatando que os principais processos utilizados para recuperação metais presentes nas
placas de circuito impresso são o mecânico, hidrometalúrgico, pirometalúrgico,
eletrometalúrgico e biometalúrgico. Dentre todos os processos, o mecânico se sobressaiu
quanto ao baixo consumo energético. Destaca-se que o processo mecânico utilizado em
conjunto com processos metalúrgicos apresenta um percentual de reciclagem de metal bem
maior.
Palavras-chave:
Resíduo de equipamentos eletroeletrônico, Reciclagem, Placas de circuito
impresso.
2.1
INTRODUÇÃO
Os equipamentos eletroeletrônicos (EEE) são um marco da sociedade atual em seu
desenvolvimento científico e tecnológico. Os produtos industriais que demandam tecnologias
tais como: televisores, computadores e celulares são constituídos por componentes eletrônicos
como chips, placas de circuito impresso, capacitores, processadores e outros.
Ademais, a velocidade com os quais as novas tecnologias disponíveis e lançamentos
de produtos substituem os anteriores modelos e produtos é cada vez maior, por conseguinte a
vida útil dos equipamentos de origem eletrônica tem se tornado cada dia mais curta nos
últimos anos. A tendência é que esse quadro se mantenha dessa forma por um tempo
considerável, em virtude das rápidas mudanças que ocorrem nesse setor, impulsionando a
substituição dos aparelhos em uso por modelos mais modernos. Dessa forma, a consequência
imediata é a geração de uma enorme quantidade de resíduos, em decorrência da considerável
quantidade de equipamentos que se tornam obsoleta continuamente: o lixo eletrônico ou os
resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE).
As placas de circuito impresso (PCIs) constituem cerca de 3% em peso do total das
sucatas proveniente de equipamentos eletrônicos descartados (GUO
et al.
, 2009
apud
SANTOS, 2010) e a sua industrialização representa um dos principais consumidores para a
atual demanda mundial de metais. É importante frisar que as PCIs e seus componentes
eletrônicos, que são muito utilizadas em equipamentos da indústria tecnológica, também
fazem parte dos REEE.
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