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PCIs podem causar sérios danos ao meio ambiente, caso sejam descartadas de maneira

indevida. Quando descartadas em terrenos abertos, como em aterros sanitários ou “lixões”, a

lixívia gerada pode infiltrar no solo e alcançar o lençol freático, causando a contaminação

desses corpos receptores (SANTOS, 2010).

A composição química dos REEE varia conforme o tipo, modelo, idade, marca e

métodos de fabricação. Assim, os elementos e espécies químicas contidos nos REEE são

bastante variados, compondo-se principalmente de vidros, cerâmicas, ligas metálicas,

polímeros e metais, consequentemente refletidos nas PCIs. Em termos quantitativos as PCIs,

em geral, possuem 49% de materiais cerâmicos, vidros e óxidos, 19% de plásticos, 4% de

bromo e 28% de metais (PETTER, 2012).

Os metais encontrados nas PCIs são compostos por metais de base como: cobre

(majoritariamente), estanho, ferro, níquel, chumbo, alumínio e zinco, bem como os metais

preciosos: prata (1655 g/t), ouro (850 g\t) e paládio (42 g\t) (VEIT, 2005). Os metais

preciosos apresentam grande interesse de mercado, devido seus valores comerciais. Metais de

base como o chumbo possuem inconvenientes pela nocividade, toxicidade e potencial

carcinogênico, logo, apresenta risco de danos à saúde e ao ambiente. O estudo efetuado por

Kohl (2014) indicou que dentre todos os componentes de um gabinte de microcomputador de

mesa (desktop), a placa-mãe é o componente mais interessante a nível econômico, devido à

quantidade de metais presentes.

A ausência de um sistema de logística reversa conjuntamente com a carência de

tecnologias que tratem adequadamente os REEE favorece o descarte inadequado desses. A

estruturação de um sistema de reciclagem que possa reaproveitar todos os componentes de

PCIs e aplicá-los como matéria-prima para novos produtos, reduzindo o descarte, torna-se

uma opção atraente do ponto de vista ambiental.

A reciclagem é amplamente considerada como benéfica para o ambiente, embora a

coleta, triagem e processamento de materiais em novos produtos também acarretam impactos

ambientais significativos. Os métodos de reciclagem utilizados para o tratamento de PCIs

incluem processos físicos ou químicos, dentre os quais envolvem a degradação da estrutura da

placa, disponibilização dos metais em meio sólido ou líquido e separação dos metais alvos.

Tendo em vista toda preocupação ambiental sobre disposição dos REEE e de como

reaproveitá-los, torna-se necessário investimento em pesquisas, a fim de aperfeiçoar processos

em elaboração e os já existentes, que separem e dissolvam seletivamente os metais presentes

nesses resíduos. Assim, este trabalho objetiva revisar sobre os principais métodos de

beneficiamento de PCIs, haja vista a recuperação de metais contidos nesses.

2.2

RESÍDUOS DE EQUIPAMENTOS ELETROELETRÔNICOS

Destaca-se que o aumento crescente do volume desses resíduos contribui para uma

maior complexidade no controle do descarte. De acordo com o Programa das Nações Unidas

para o Meio Ambiente (PNUMA, 2009), o mundo produz entre 20 a 50 milhões de toneladas

métricas de lixo tecnológico todos os anos, representando cerca de 5% de todo o lixo

produzido pela humanidade. Os Estados Unidos lideram o ranking com 3 milhões de

toneladas, seguido pela China, com mais de 2,3 milhões de toneladas anuais. Quanto à

geração de resíduos eletroeletrônicos no Brasil, a FEAM (2009) afirma que há uma previsão

de acúmulo de REEE de 7 milhões de toneladas, entre os anos de 2001 e 2030. Tal geração é

alarmante, visto que o país não tem controle adequado sobre s resíduos domésticos e, muito

menos, sobre os resíduos eletrônicos.

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