Table of Contents Table of Contents
Previous Page  176 / 264 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 176 / 264 Next Page
Page Background

176

SOCIEDADE DE RISCO E NANOAGROTÓXICO: REFLEXÕES SOBRE OS RISCOS INVISÍVEIS POSTOS À MESA

IMPACTOS SOCIAIS E JURÍDICOS DAS NANOTECNOLOGIAS

Especialmente em relação às nanotecno-

logias para o setor agroindustrial, Almeida e Moraes

(2011, p. 146) destacam que o desenvolvimento e di-

fusão de produtos e aplicações com nanopartículas

se dará pelo desenvolvimento de “sistemas carreado-

res de insumos (agroquímicos), fitossanitários e medi-

camentos para liberação controlada, diagnóstico e

biossensores”. As buscas por soluções inovadoras ge-

rarão novos negócios e as novas descobertas prome-

tem “tecnologias pós-colheitas (embalagens ativas e

com sensores) e aumento de vida de prateleira”. Para

as atividades agroindustriais já estão sendo desenvol-

vidos e incorporados “catalisadores nanoestruturados;

nanomateriais para remediação; processos de obten-

ção e utilização em alimentos de nanoestruturas de

fontes renováveis”. No campo de nanoalimentos os

avanços se dão em relação ao desenvolvimento de

“nanoemulsões, corantes e aditivos microencapsula-

dos)” (ALMEIDA; MORAES, 2011, p. 146).

Rovirosa-Madrazo (2010, p. 20) reflete que não

“é à toa que as empresas relacionadas à biotecno-

logia brilham, destacando-se nas listas eletrônicas de

Wall Street, supostamente com 25% da Bolsa de Nova

York”. Para o autor, “a biotecnologia não é só mais

uma indústria qualquer; quando desregulamentada,

apresenta um forte risco potencial de minar as extraor-

dinárias realizações da pesquisa médica e científica e

ofuscar o papel histórico da ciência” (ROVIROSA-MA-

DRAZO, 2010, p. 20).

O cenário apresentado para a nanotecnolo-

gia na agroindústria, na visão de Santos Júnior e San-

tos (2016, p. 135-137), não é diferente do apresentado

para a introdução de agrotóxicos na agricultura: “na

era das nanotecnologias, a agricultura possui uma

função econômica deliberada, que é produzir supe-

rávits comerciais”. A indústria da nanotecnologia para

a agricultura “continua centrada nas mãos de eter-

nos oligopólios”. E no Brasil também não é diferente

da tendência que acontece em outros países: “as