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SOCIEDADE DE RISCO E NANOAGROTÓXICO: REFLEXÕES SOBRE OS RISCOS INVISÍVEIS POSTOS À MESA
IMPACTOS SOCIAIS E JURÍDICOS DAS NANOTECNOLOGIAS
crescente por produtos agroindustriais com conse-
quente crescimento do comércio internacional para
produtos agrícolas e agroindustriais, o que exigirá o
desenvolvimento de novas tecnologias para atender
à complexidade das cadeias produtivas do agrone-
gócio, incluindo o uso eficiente de novos biopestici-
das, fertilizantes, sistemas de “bioprospecção como
ferramenta para o melhoramento de plantas para a
resistência a estresse hídrico e para a produção de
proteínas em plantas ou para resistência a doenças”
(ALMEIDA; MORAES, 2011, p. 145-146).
Na mesma linha, Sekhon (2014) identifica di-
versas descobertas com as quais a nanotecnologia
promete impulsionar a produtividade agrícola:
1) Nanoformulações de agroquímicos para
aplicação de pesticidas e fertilizantes para a
melhoria das culturas;
2) A aplicação de nanosensores/nanobiossen-
sores na proteção de culturas para a identifica-
ção de doenças e resíduos de agroquímicos;
3) Nanodispositivos para a manipulação ge-
nética das plantas;
4) Diagnóstico de doenças de plantas;
5) Saúde animal, criação de animais, produ-
ção de aves caipiras; e
6) gestão pós-colheita. (SEKHON, 2014, p. 31)
Portanto, o desenvolvimento da nanotecnolo-
gia para a área de alimentos vai muito além dos na-
noagrotóxicos, ou seja, está presente em todo o ciclo
de produção até a entrega do alimento ao consumi-
dor final. Por cadeia de alimentos, Silva, Engelmann e
Hohendorf (2016, p. 217) consideram todo o processo
que vai “desde a seleção de semente, preparo do
solo, tipo de manuseio utilizado, agrotóxicos, a quanti-
dade de água a ser utilizada, as fontes a serem utiliza-
das etc.”. O quadro 1 mostra, sob outra perspectiva,
exemplos de pesquisa e possíveis usos de nanotecnolo-
gias na agricultura.