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Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados

concept of technique and technology. Subsequently, we articu-

late these concepts with theoretical reflections on access, use,

practices and appropriation of technology. At the intersection

of these paradigmatic perspectives, we propose questions and

reflexive propositions to situate the problem of technique and

technology in the field of communication studies. We finish our

paper by presenting the main challenges of the communication

research today.

Keywords:

technique, communicational objects, uses, practices,

social appropriation of technology.

1 Introdução

O que é um objeto comunicacional? Uma primeira defi-

nição desse objeto comunicacional é de que ele seria um media-

dor não humano que pode gerar interações entre humanos. Um

objeto comunicacional, por exemplo, é o telefone. Uma segunda

definição, breve, é a de que ele é um objeto técnico que age como

suporte para as práticas de comunicação.

Há também uma série de quatro definições que recor-

rem, cada uma, a tradições diferentes de pesquisa. A primeira

delas é a de que o objeto comunicacional é um dispositivo téc-

nico, geralmente conectado a uma rede, que pode induzir in-

terações sociais específicas e participar de uma reorganização

do tecido das relações humanas. Nessa definição, valoriza-se a

questão do dispositivo técnico, mas que é algo que se insere no

tecido das relações humanas.

A segunda definição é a de um artefato cognitivo, que

pode desempenhar o papel de apoio cognitivo em situações de

comunicação. Poderíamos concentrar essa definição dizendo

que ele é um objeto com o qual pensamos. Digamos que um com-

putador é um objeto com o qual pensamos. Esta noção de apoio

cognitivo é importante porque o seu autor, Donald Norman, tem

formação em psicologia e se tornou um

designer

de interfaces;

o seu campo, então, é o que chamamos, em inglês, de

Human-

Computer Interaction

, ou seja, ele trabalha no campo das intera-

ções entre o ser humano e o computador. Foi ele que apresentou

essa noção de apoio cognitivo, ou seja, a ideia de que se busca