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Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados

seus produtos e serviços dependia de especialistas do campo

midiático, na atualidade é possível a um não especialista

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‘anun-

ciar’ na rede, promover a sua atividade comercial (serviço ou

produto) e obter visibilidade. Isso significa que o modo de ‘ven-

der o peixe’ também está mudando, com menor dependência

do campo midiático para a produção e circulação de discursos e

com crescente adesão às lógicas midiáticas.

No contexto de novas possibilidades de acesso à esfera

pública e da adesão às lógicas concernentes ao campo midiático,

surgiram empresas que têm suas atividades alicerçadas na inte-

ração pela internet. Referimo-nos ao infinito número de relações

comerciais

online

e à crescente especialização de determinados

setores em se promover e promover seus produtos/serviços na

rede, desenvolvendo uma plataforma de negócios baseada nas

práticas sociais de uma sociedade em midiatização e em opera-

ções discursivas específicas da internet. Não se trata, entretanto,

apenas de um novo

modus operandi

, pois estudos sobre o uso

das tecnologias da informação e da comunicação mostram que

a apropriação social destes dispositivos gera não apenas uma

nova política de acesso ao espaço público. A questão vai além,

pois

[...] a explosão do número de novos artefatos digi-

tais de comunicação postos em funcionamento nos

últimos anos, bem como a proliferação de aplica-

tivos computacionais e de suas possibilidades de

uso é um fenômeno que nos obriga a adotar uma

perspectiva mais abrangente para evitar o risco

de uma análise muito fragmentada. Desse modo,

um estudo apropriado dos usos da Internet deve

considerar o fato de que a rede é um componen-

te infraestrutural de uma enorme constelação de

artefatos técnicos empresariais, domiciliares ou

nômades, que vão desde os telefones celulares aos

apoios digitais personalizados, passando pelo fax,

pelos computadores portáteis ou de mesa, pelos

leitores de áudio com ou sem dispositivo de grava-

ção, pelos leitores de DVD, pelos livros eletrônicos,

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Referimo-nos às pessoas que não são consideradas profissionais da área das

mídias.