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Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados

distribuição de conteúdo livre têm em si a principal finalidade

de capacitar os usuários.

3 O uso dos objetos comunicacionais

No contexto do desenvolvimento de novas aplicações

e novos serviços, os usuários coletivos formam comunidades

de usuários e tendem a ter uma grande importância (PROULX,

2008). Em uma Cultura da Contribuição, os usuários são enga-

jados em uma “expectativa normativa comumente compartilha-

da” (PROULX, 2012a, p. 2), com valores e lógica partilhados ou

supostamente entendidos, como liberdade de expressão, inte-

resses políticos, defesa dos direitos humanos, entre outros. A

partir da identificação dessas comunidades, Proulx (2008) pro-

põe uma dupla articulação: o uso, material e técnico, dos obje-

tos comunicacionais; e a recepção, com uma análise simbólica e

interpretativa.

Um objeto comunicacional é ummediador não humano

que pode estimular interações entre seres humanos, um aparato

técnico como apoio às práticas de comunicação, na maioria das

vezes ligado a uma rede, podendo induzir à participação/intera-

ção social específica. Um artefato cognitivo de apoio, um objeto

simbólico, investido psicanalítica e psicossocialmente, por parte

do usuário. Por fim, um agente transgressor dos comportamen-

tos de comunicação (PROULX, 2008).

No CMI, o voluntariado se estabelece tanto de forma

coletiva como individual. Os coletivos são dinâmicos, pois em

um único país, como no caso do Brasil, podem estar ligados a

projetos paralelos, ou a mais de um projeto, além da participa-

ção presencial no CMI: ligados a rádios locais, à produção de jor-

nais (impressos) e tantos outros interesses que permeiam cada

um destes coletivos, que se diferenciam através das suas regiões

e realidades locais.

Os coletivos seguem uma periodicidade de encontros

e, de forma objetiva, tornam-se um grupo de pessoas que mos-

tra interesse em atuar de uma forma presencial junto ao CMI,

diferentemente do que encontramos no que pode ser aponta-

do como um usuário-voluntário

individual

. O indivíduo passa