Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
de seus produtores” (JENKINS, 2015, p. 111). Neste enunciado
destaca-se o cerne do quadro conceitual desta formulação como
convergente com a lógica causalista. A ênfase atribuída ao con-
ceito de circulação privilegia mais a dinâmica do acesso dos que
seus efeitos. Há uma ênfase sobre a importância dada aos circui-
tos e fluxos de mensagens. Porém, ignoram-se as diferenças que
se engendrariam resultantes da dinâmica do acesso e motiva-
das pelas diferentes operações de estratégias que envolveriam
diretamente o processo interacional entre instituições e atores
sociais, operações estas cujas marcas somente poderiam vir à
luz pelos embates da produção de sentidos.
3 Divergência
Das noções formuladas no item anterior, retém-se a
compreensão de que a convergência geraria nova arquitetura
comunicacional, organizaria novas formas de vínculos segun-
do um trabalho enfatizado no contexto do acesso; entretanto,
tais fatores não complexificariam, portanto, os efeitos do que se
passa nesta dinâmica de contatos regidos pela lógica da conver-
gência. Sem dúvida, há um intento no sentido de descrever esta
nova paisagem e segundo perspectiva que tem se constituído
na referência dominante para explicar fenômenos advindos da
convergência. Da nossa perspectiva, entende-se haver uma pro-
ximidade entre as dimensões do funcionalismo e do conexismo
para explicar o fenômeno da comunicação: ambos se pautam
por lógicas e fundamentos causalistas. Entende-se, conforme
veremos, que há uma outra parte desta problemática de cujas
‘patas da convergência’ não deram conta. Reconhecer apenas
esta dimensão causal seria atribuir a este fenômeno uma força
determinística, o que não parece ser correto da perspectiva de
uma série de estudos que introduzem outras dimensões a par-
tir de outros quadros conceituais, para explicar a convergência,
suas manifestações e seus impactos.
Procuramos, então, neste item, refletir sobre as des-
continuidades entre convergência/divergência a partir de ob-
servações que emanam de algumas tradições de estudos feitos,
de um lado, no âmbito da sociologia, da inovação, da cultura, etc.