Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
blicos, com modalidades de funcionamento sensivelmente dife-
rentes dos canais privados. Então esses canais estão em concor-
rência há 30 anos. Essa é uma geografia midiática que poderia
ser precisada. Mas o fato de que as mídias tiveram uma história
em parte pública e essa história continua é muito importante.
Não é o caso das novas mídias, que não são mídias públicas, mas
mídias privadas, comerciais.
Isto vai amenizar o caráter e a relação que existia e
existe ainda entre as mídias instaladas e os serviços públicos.
Então, o que está se passando com as mídias hoje, esta nova
forma de informação impõe o novo modelo de ação comunica-
cional, que se sobrepõe ao modelo de ação conhecido anterior-
mente. As mídias instaladas deram espaço à criação sucessiva
de modelos de ação. Primeiro, a imprensa de opinião; segundo,
a imprensa comercial de massa; terceiro, as mídias audiovisuais
globais generalistas – rádio e televisão aberta; quarto, as rela-
ções públicas. Todos esses modelos de ação que apareceram
desde os primórdios do século XIX implicaram certo tipo de
troca e de intercâmbio, nas relações entre os editores, os funcio-
nários, jornalistas, artistas – todos os que trabalhavam com as
mídias – e os consumidores, leitores e usuários dessas mídias.
Sucessivamente, tivemos modelos de ações que come-
çaram com a imprensa de opinião e tiveram um papel impor-
tante no século XIX e início do século XX. Mas esses modelos
deixaram espaço para outros modelos de uso maior, como a im-
prensa de massa e as mídias de audiovisuais de massa. Então,
houve quatro modelos de ação aos quais hoje podemos acres-
centar um quinto. Nesse percurso, praticamente na história das
mídias nenhum modelo foi descartado. Os modelos se sobre-
põem não para substituir, mas para ocupar um espaço, tomar
um lugar. A imprensa comercial de massa durante certo tempo
foi dominadora, mas a imprensa de opinião, dominada, conti-
nuou a funcionar e ainda existem bastantes jornais de opinião
no mundo inteiro. Esses modelos de ação até hoje se sobrepõem
uns aos outros. A questão é: será que temos um novo modo de
ação que emerge? Ou será que há a possibilidade de substituir o
precedente? Esta é outra questão diferente e não pode ser con-
fundida com a questão anterior.