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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

Isso não constitui uma ordem histórica obrigatória.

Temos situações concretas muito diferentes. Há países em que

o rádio e a televisão tiveram uma importância muito reduzida,

mas de modo geral temos uma subsunção dos modelos. Então,

este quinto modelo parece estar ocupando o espaço, está se ins-

talando. O que o caracteriza em relação ao precedente?

Sobretudo em relação à imprensa de massa e ao rádio

e à televisão generalistas, nós tínhamos modelos de massa com

grandes organizações que se dirigiam a públicos numerosos e es-

palhados. Agora temos algo intermediário entre modelo de massa

e modelo inter-relacional. Trata-se de um modelo intermediário

que é mais transversal que os precedentes, mas está em interação

com eles, cuida de todos os interesses, todas as questões. Isso é

incontestável, mas também está relacionado com os modelos pre-

cedentes, e sem dúvida mais que os modelos anteriores.

Na história das mídias, a imprensa e o rádio, sobretudo

a televisão, muitas vezes, tiveram conflitos muito duros em to-

dos os lugares. Progressivamente, grupos multimídias retoma-

ram os jornais e canais de televisão, e houve conflitos de várias

naturezas entre essas mídias. As novas mídias são mais interati-

vas que as antigas. Efetivamente, no nível dos espaços públicos,

há profundas mudanças que estão acontecendo. Isso é incontes-

tável: o modelo que contribui para estender a fragmentação dos

espaços numa série de espaços parciais, em que podemos parti-

cipar, constitui-se numa característica da comunicação moderna

midiatizada, enquanto efetivamente as mídias da imprensa de

massa e da televisão de massa se acostumaram a outros modos

de fazer, no que foram criticadas.

No novo modelo cresce o número de atores implicados

na produção das mensagens, na função de mediação, ao ponto

de ter interferência sobre as referências da profissionalização da

produção, e a ampliação dos atores produz informações dos pro-

gramas. Existe uma confusão sobre quais são as normas de pro-

fissionalização. Mas não se deve esquecer que, na história das

mídias, a profissionalização levou tempo antes de se estabelecer

uma profissão de jornalista em todos os países. No início, havia

outras profissões (sejam escritores, advogados, comerciantes),

e a dificuldade para esta profissão ser reconhecida durou muito

tempo.