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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

O terreno no qual o Google interfere é a pesquisa de

informação. A pesquisa de informação é o domínio que o Google

conseguiu impor. Ela existia até hoje, mas essencialmente em

torno de bibliotecas e centros de documentação. Essas bibliote-

cas e centros de documentação só tinham efetivamente instala-

do um sistema automatizado para poder preencher essa função

de procura de informação, e todos eles foram ultrapassados no

mundo inteiro por causa do Google, que tem um sistema extre-

mamente simples, os algoritmos.

Trata-se efetivamente de uma firma que interfere no do-

mínio da informação, mas no domínio da pesquisa da informação.

Na verdade, o Google se interessa pela produção. Vê-se que o que

faz o Google é uma coisa nova em relação ao sucesso da firma.

É uma coisa nova, mas o centro da atividade de Google continua

sendo sua pesquisa de informação, a busca de informação. Não se

pode colocar nomesmo plano a busca e a produção de informação.

A segunda questão é uma mistura de informação nu-

mérica disponível em papel e, de outro lado, a informação digi-

tal, em que vamos ter uma ocasião para novos grupos poderem

tomar lugar. Atrás desse conflito, que pode parecer um confli-

to de pesquisador e especialistas, há um problema estratégico

muito importante: será que vamos ter linhagens de informações

que podem ser diferenciadas conforme os meios, como o caso

da televisão, que são produzidas e divulgadas por organizações

diferentes, mas interferindo em suportes diferentes, ou será que

vamos ter frente a frente um número digital e um não digital?

Isso é o fundo da questão.

As novas mídias estão a serviço da democracia polí-

tica? Aqui conversamos sobre a obra de Dominique Cardon. O

que ele chama de democracia parecia não incluir a democracia

política e que está acontecendo no espaço público e político.

Recentemente uma ONG americana acompanhou e perseguiu

um chefe rebelde sanguinário. Ele foi perseguido com a ajuda

dos internautas, para acabar com as suas ações. De outra forma,

o resultado dessa ação consiste em dizer que, sem a internet, ele

estaria continuando as suas ações como anteriormente.

Há uma série de autores que consideram que as redes

sociais – Facebook, por exemplo – são o sexto poder. A impren-

sa, no regime democrático, já era considerado um quinto poder.