Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
soas que sabiam como acessar. Então, do ponto de vista da in-
formação, falando das mídias, podemos igualmente proceder da
mesma maneira como com a cultura, com o divertimento, com o
entretenimento. Hoje, informações privadas de vários tipos se
alçam a informação pública.
Se estivermos confrontando a informação nova com as
novas modalidades de difusão da informação, insisto que essas
informações já existiam anteriormente. Do ponto de vista da in-
formação, é importante observar essa unicidade dos dispositi-
vos sociotécnicos e o fato de que cada mídia pode ser apresen-
tada como um conjunto, tendo uma base técnica determinada.
Toda essa organização informacional tem, hoje, um dispositivo
sociotécnico compartilhado.
Isso é inovação. Temos as mudanças. Hoje, a mesma mí-
dia pode desenvolver a sua oferta de conteúdo com uma plurali-
dade de dispositivos. Há pouco tempo, todas as mídias desenvol-
viam seus conteúdos somente para um tipo de dispositivo. Hoje,
elas estão fazendo isso para dois, três ou quatro dispositivos. O
que se fala é válido para a empresa cotidiana, o rádio aberto, a
televisão aberta e a televisão temática, etc.
Hoje se encontra uma pluralidade, uma mistura enor-
me de ofertas e organização das mídias, principalmente os dis-
positivos digitais. É muito difícil encontrar uma rede de televi-
são ou de rádio que não tenha uma parte da sua oferta que se
encontra na web-TV ou no web-rádio e não usa tudo que se pode
imaginar. Para imprensa cotidiana aplica-se a mesma coisa.
Nesses casos não há mais unicidade. Há uma descone-
xão entre os dispositivos sociotécnicos e a mídia. A mídia, por
assim dizer, se desloca. A imprensa gratuita se encontra de fato
em uma das últimas modalidades para a preparação da impren-
sa. No meu país (a França) e na Europa, há um desenvolvimento
importante de 1995 a 2005. Isso se expressa numa migração a
vários sites, porque o futuro da imprensa gratuita não é garanti-
do. O segundo critério é que existemmutações que estão aconte-
cendo; em especial, os consumidores que em parte impõem seus
ritmos em função de suas práticas próprias (veja, por exemplo, o
consumo na Netflix).
Então, você pode não ler um artigo ou um jornal coti-
diano por motivos relacionados a obrigações de trabalho, mas