Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
trocados, suas conclusões são as seguintes: percebe-se que esse
movimento social é igual aos outros em termos de direção, em
que há forças políticas e, sobretudo, sindicais.
De outra maneira, os líderes sindicais são a origem da
mobilização. São eles que – usando as técnicas de redes digitais
– tiveram a oportunidade de organizar energias e chegar à mobi-
lização que foi observada, mas que foi observada do exterior, por
observadores, por exemplo jornalistas. Atrás desse movimento
e outros havia mobilizações clássicas com líderes sindicais, po-
líticos e militantes que usaram a internet. Surgiu um fenômeno
novo: o papel da fotografia, o papel dos vídeos amadores que
tiveram um impacto muito importante em relação à população,
e isso também se produziu mais tarde em 2011 na Líbia.
Mas, de uma certa maneira, esse pesquisador insiste
nas modalidades da midiatização reticular em uma situação de
profunda repressão como foi a da Tunísia de antes da primavera
de 2011. Mas a internet não é por si mesma um fator de mobili-
zação. A internet foi uma ferramenta.
5 Breve conclusão
O dever dos pesquisadores em comunicação e informa-
ção é ver além das visões superficiais geralmente produzidas.
Em todos os casos, as provas que aqui são dadas não são cer-
tamente definitivas, mas são complementos consideráveis para
reflexão. Então, isso não são perguntas conclusivas. São pergun-
tas abertas, mas também são indicadores que no futuro vão ren-
der muitas discussões sobre as supostas novas mídias e as TICs.
Aqui os pesquisadores em comunicação devem se apoderar des-
tas questões, e as respostas não vão chegar tão facilmente a suas
mãos. A questão das relações entre as TICs e os espaços públicos
é uma pergunta que se sobrepõe a tudo.
Referências
CARDON, Dominique.
La démocratie Internet:
Promesses et li-
mites. Paris: Seuil, 2010. 102 p. (Coll. «La république des
idées»).