Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
ção das práticas de informação de cultura responde à crítica das
mídias de massa.
A individualização está na base da crítica que é feita em
vários lugares sobre as mídias de massa; por isso, a programa-
ção efetivamente é uma tentativa para segmentar os pontos de
vista individuais. Isso está vinculado a uma das principais críti-
cas às mídias instaladas no mundo inteiro, feitas à maioria das
mídias, e os dirigentes têm consciência, percebem este elemento
e tentam de qualquer forma, por todos os meios, mostrar os in-
teresses individuais.
Tomemos como exemplo os canais de televisão. O fato
de passar a palavra ao telespectador, o fato de acompanhar as
grandes programações, com emissões de respostas que podem
dar origem a estatísticas de audiência, até mesmo o fato de que
uma parte dos telespectadores ao vivo participa nos programas,
isto mostra bem que essa a crítica é reconhecida pelas mídias
instaladas. Mas os novos entrantes não tiveram esse problema,
não precisam gerenciar públicos existentes com modalidades
novas. Eles podem se moldar muito diretamente sobre pedidos
e interesses imediatos dos participantes, dos consumidores, dos
usuários. É isso que fez do Google um sucesso: interesses, pedi-
dos, demandas dos telespectadores. Essa percepção que temos
do Google está relacionada sobretudo a uma quantificação per-
manente das demandas de seus usuários individuais em tempo
real.
No Brasil ou na França, os jornais e os canais de tele-
visão se interessaram mais pela vida privada dos leitores e dos
telespectadores. Mesmo na televisão, a intimidade tomou uma
importância considerável. Questões de gestão da vida e da vida
pessoal tornaram-se um problema público. Tudo isso não se
produz somente em volta da internet. Tudo isso existe nas mí-
dias instaladas. É verdade há nas mídias novas uma perspectiva
que é imediatamente diferente. Elas se forjam em práticas em
redes sociais, que ganharam rapidamente importância, em que
grande parte da população se precipitou sobre as possibilidades
que as novas mídias ofereciam.
Na Europa eram muito importantes as mídias audiovi-
suais. Elas continuam a ter uma oferta pública com fundos pú-