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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

Nas novas mídias, incontestavelmente se multiplica a

participação, e a maioria dos mediadores são semiprofissionais.

Entretanto, isso não implica que os destinatários sejam mais

participantes que antes. É possível que este mediador finalmen-

te seja um modelo bastante heterogêneo do ponto de vista do

que se produz e do que se troca.

Há uma tendência a se pensar que as TICs estão dando

origem a utilizações cada vez mais seletivas, que haverá ferra-

mentas de massas utilizadas por todos, ferramentas mais aper-

feiçoadas, melhor organizadas. Isso existe para a telefonia. Se

acrescentarmos o que está acontecendo nas grandes organiza-

ções, haverá a internet dos ricos, a internet dos profissionais e

a internet das massas. Podem-se levar em conta muitas ques-

tões que são ligadas nesse novo modelo. Não é um modelo que

substitui e se sobrepõe, e sobre ele não se pode dizer que será o

modelo dominante, no nível da história. As mídias se tornaram

progressivamente dominantes, a imprensa comercial de massa

em relação à imprensa de opinião, a mídia audiovisual de massa

em relação à imprensa comercial de massa, e essas mídias subs-

tituíram as precedentes e tomaram o lugar das dominantes.

Podemos inferir o que acontece com essa nova domina-

ção dos modelos. Estamos à frente de uma linhagem específica

que seria a informação online, uma fileira diferente de uma in-

dústria, diferente das fileiras atuais. Esta é uma tese sustentada

por Franck Rebillard

2

. Para ele, há uma nova fileira que se chama

infomediação, que é uma fileira online que se sobrepõe e se dife-

rencia das mídias instaladas.

4 Questões principais em torno desse ponto de

vista

A primeira questão é que nessa linhagem de infome-

diação Franck Rebillard inclui o Google, que é efetivamente um

exemplo-chave de infomídia que consegue nos últimos dez anos

se afirmar em nível mundial. Isso é incontestável. Mas o infome-

diador não trabalha, não funciona no mesmo nível de informa-

ção da imprensa, quando pensamos no grande público.

2

Ver http://www.univ-paris3.fr/m-rebillard-franck-81572.kjsp