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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

tem como meta que você não saia, não se ausente da rede deter-

minada. Trata-se de assegurar uma continuidade da presença

do telespectador. É necessário um número suficiente de consu-

midores na imprensa; a organização das páginas tem que ser

feita do jeito que atraia o máximo de leitores e de modo que,

além da sua diversidade de interesses, o máximo de leitores vão

encontrar o que satisfaça o seu interesse, a sua curiosidade no

título do jornal.

Seguidamente, temos as visões superficiais e pejora-

tivas das mídias de massa, mas é extremamente complexo con-

seguir fazer coexistir os públicos de leitores e consumidores. É

um trabalho técnico muito complexo que vai servir para forjar a

audiência e atender essas audiências. O trabalho de programa-

ção se baseia no fato de que a cada semana você vai mais ou me-

nos encontrar o mesmo tipo de emissão no mesmo momento.

Se a organização das emissões foi errática, na realidade a rede

perderia muito rapidamente o telespectador.

Esse trabalho que se organizou no decorrer do tempo,

que marcou e ainda marca o que é mídias de massa, afetando

mesmo aquelas que não são de massa, permite negociar com

os anunciantes de publicidade. O telespectador é central nessa

venda para os anunciantes de publicidade. Ela deve se basear

no fato de que o telespectador e o leitor estejam presentes. É

fácil controlar que eles estejam presentes no caso dos jornais.

É mais difícil para as redes de rádio e de televisão, porque são

dispositivos de mediação complexa.

Mas eles se organizaram. Os anunciantes de publici-

dade não acreditam nas declarações dos diretores de jornais.

Eles querem ter uma garantia. Não têm certeza de que os ní-

veis de consumo das novas mídias sejam suficientes para satis-

fazer expectativas de retorno. Com as novas TICs é mais difícil

de se controlar e medir o que se faz com as mídias digitais. A

regularidade da programação é até agora o centro da atividade

midiática. Nós criticamos nas mídias de massa essa regularida-

de da programação que nos deixa pouco espaço de liberdade,

poucas iniciativas e pouca criatividade, enfim. A gente critica

as mídias por renovar as mesmas receitas. Isso se transforma,

neste momento, na medida em que, finalmente, a individualiza-