Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
ticulam momentos materiais, elementos técnicos e elementos de
conteúdo. Enfim, a imprensa não é apenas um conjunto de téc-
nicas. A imprensa é mais complexa do que a técnica e a tecno-
logia envolvidas. Essa técnica de impressão só ocorreu a partir
do momento em que foi possível imprimir em pouco tempo com
rolos contínuos uma quantidade importante de títulos, em que
podemos fazer jornais com tiragens elevadas. Podemos discutir
sobre o fato de que o rádio, a radiodifusão, a televisão são uma
única técnica. Mas não é verdade: a televisão utilizou técnicas do
cinema e da fotoquímica durante muito tempo, até o momento
em que apareceram os videocassetes. Ou seja, são composições
técnicas complexas.
Issomuda. Podemos afirmar que, se é verdade que havia
uma técnica principal para todas as mídias anteriores, hoje, com
as TICs digitais, as técnicas estão se diversificando como um con-
junto de técnicas. A característica que nos é mais imediatamente
acessível é aquela que se ampliou na história das mídias insta-
ladas. Observa-se que função cultural e de entretenimento ocu-
pou o lugar da informação informativa (jornalística, em especial)
com regularidade, se não de modo cada vez mais permanente.
Esse critério – compreender que uma mídia é um con-
junto complexo – é importante e desconhecido. Estamos, por
exemplo, falando da imprensa, a imprensa cotidiana, semanal,
mensal, isto é, alguma coisa que se impôs a partir de certo pe-
ríodo, mas de forma fixa no século XIX ou XVIII. A história da
imprensa no século XVIII não tem ênfase sobre os títulos em
sua aparição regular. Ou seja, no início não eram os títulos que
organizavam a imprensa. Mas a imprensa apareceu a partir do
momento em que ela teve uma edição regular. Hoje, o leitor tem a
garantia de encontrar o título que procura, a data fixa sem preci-
sar esperar. Esses pontos são de fato muito importantes.
A história do rádio e da televisão nos acostumou com
isso, prática e relativamente. Mas, atualmente, a maior parte das
mídias audiovisuais funcionam em permanência, de modo cada
vez mais permanente. Este é outro critério no quadro de uma
economia de funcionamento que seja própria delas.
Então, poderíamos evidentemente falar sobre isso
longamente, mas a economia de funcionamento das mídias, até