Table of Contents Table of Contents
Previous Page  323 / 346 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 323 / 346 Next Page
Page Background

Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

Nesse sentido, cada mídia opera no contexto de uma economia

de funcionamento que lhe é própria. O que ocorre com o advento

do digital é que essas economias de funcionamento passam por

mutações, determinadas por diferentes polos, desde a produção

até a recepção de conteúdos informativos.

Esses traços constitutivos: a base sociotécnica, a

regularidade da transmissão e da recepção, as par-

ticularidades econômicas, as especificidades das

organizações mediáticas, a formação de públicos e

de espectadores, até mesmo a relativa diretividade

da conexão com esses públicos e esses espectado-

res, assim como, é preciso acrescentar, seu papel

de formadores de opiniões e de interesses dentro

de um espaço público cada vez mais societal, fo-

ram forjados ao longo de uma história bissecular

(até mesmo tri), e eles são evidentemente leva-

dos a passar por mutações [...]. (MIÈGE, 2009, p.

110-11).

A comunicação, diante disso, tornou-se mais complexa.

Esses elementos de complexidade precisam ser considerados

para analisar a contribuição do componente técnico na evolução

de ferramentas e, sobretudo, das práticas de comunicação. Nesse

sentido, o autor sugere novos critérios de definição das mídias

(MIÈGE, 2009, p. 118): a unicidade dos dispositivos sociotécni-

cos faria com que uma mesma mídia desenvolva sua oferta de

conteúdos para uma pluralidade de dispositivos; a regularidade,

a permanência, a produção e a transmissão de conteúdos seriam

cada vez mais impostas pelos próprios consumidores; a econo-

mia de funcionamentos próprio das mídias se tornaria mais

complexa; e a organização específica dos meios agregaria novos

participantes do processo, novas categorias de atores – é o que

se verifica com o esforço da grande mídia por atrair leitores a

se tornarem ativos e mesmo colaborativos em suas publicações.

De fato, é possível observar que a popularização de si-

tes de rede social levou grandes empresas do ramo de comuni-

cação a criar setores de mídias sociais para desenvolver estraté-

gias de uso dessas ferramentas para pulverizar as informações

produzidas pelo veículo, comunicar-se com os leitores, receber