Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
na onde? Daqui a pouco um tuíte é uma matéria!
[...] Agora o que vai para o ar? Toda a conversa. É
a conversa que a gente tem com o leitor, a conver-
sa dele com os amigos, isso se tornou um produto
jornalístico (NICKEL, 2011).
Espada (2009, p. 14) já dizia que o jornalismo digital
é uma conversação, onde importa, sobretudo, o ato dialógico
em si e não tanto a carga de sentido que a conversa acumula.
Se a conversa não é o próprio produto jornalístico, certamen-
te ela transforma o produto jornalístico no contexto multimi-
diático. Há indícios de que esse produto não se encerra em si
mesmo, mas constrói significado justamente no diálogo com
outras plataformas. Isso seria o que Pavlik (2001, p. 23, apud
FRANCISCATO, 2004, p. 21) chamaria de
jornalismo contextua-
lizado
: “Entre suas características específicas estão a ampliação
das modalidades de comunicação (áudio, vídeo, gráficos e ani-
mação), hipertextos, interatividade e um alto envolvimento que
o computador produz no indivíduo, que necessita estar constan-
temente interagindo com a máquina”.
Nesse processo dialógico do discurso jornalístico, ao
mesmo tempo em que faz circular o conteúdo, o leitor tem cada
vez mais interferência no processo de produção do jornal. Quem
consome informação jornalística está consciente dos meios que
tem à sua disposição para interferir na produção midiática. E o
jornal, por sua vez, valoriza o estreitamento da relação com seu
público, tanto que o interpela a participar e se permite ser afeta-
do em seu modo de fazer e até de se apresentar ao leitor a partir
dessas relações. Como aponta Resende (2011, p. 130), diante da
emergência das novas mídias, o caminho das tradicionais
“[...] se
bifurca entre continuar se esforçando para sustentar sua legiti-
mação a partir das retóricas que lhe eram suficientes quando o
impresso se apresentava como materialidade absoluta ou res-
significar e ampliar seus modos de ser, investindo, por exemplo,
na compreensão das diferenças que os narrares suscitam”.
Sendo assim, as modificações nas ferramentas, es-
truturas e formas de apresentação das notícias tendem a “[...]
redefinir alguns modos de exercício profissional e penetração
social, embora nos pareça que haja a preservação do papel so-