Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
O autor entende que o discurso é a materialidade do
processo de midiatização – que é acionado pela produção e pela
circulação de sentidos, tanto os produzidos pelos meios quanto
os que são produzidos pelas práticas sociais – sinalizando, dessa
forma, que as manifestações da midiatização são de caráter dis-
cursivo e emergem de intensivos processos midiáticos sobre a
organização social. Em outras palavras, a midiatização configu-
ra o resultado da “[...] evolução de processos midiáticos que se
instauram nas sociedades industriais, tema eleito em reflexões
analíticas de autores feitos nas últimas décadas e que chamam
a atenção para os modos de funcionamento e estruturação dos
meios nas dinâmicas sociais e simbólicas” (FAUSTO NETO, 2008,
p. 90).
A midiatização como prática social ultrapassa o terri-
tório dos meios enquanto limites explicativos, mas retorna aos
meios, no interior de uma nova complexidade que está presen-
te, também, no âmbito das linguagens e que revela os sentidos
ofertados e as construções da realidade. Essas operações de
sentido dão suporte a outras que, através de seu funcionamento,
extrapolam as suas fronteiras. Para Fausto Neto (2006), encon-
tram-se aí os efeitos do funcionamento desse processo, em que
as linguagens devem ser percebidas como matéria significante e
dotadas da materialidade que põe a midiatização em processo.
Portanto, resta dizer que a midiatização precisa ser
examinada como um processo, dentro de contextos históricos
de alta complexidade, que envolvem o desenvolvimento das téc-
nicas, dos processos e das práticas comunicacionais. Os referi-
dos mecanismos trazem à tona uma nova forma de sociedade
“[...] cujas finalidades são vinculadas às lógicas dos fluxos e das
operações, tendo como fim a produção de uma nova forma de
vínculo social segundo novas estruturas de conexões” (FAUSTO
NETO, 2006, p. 4).
A perspectiva dos autores chama atenção para a im-
portância d âmbito da circulação no processo de midiatização.
Braga nos convida a pensar na atividade da mídia na sociedade
que se instaura por meio de processos tecnológicos que promo-
vem a oferta de ações comunicativas midiatizadas. Ressalta que
estes processos não ficam limitados nem aos meios e nem aos
receptores e suas apropriações, mas englobam os dois em novas