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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

muitíssimo diversificadas e ainda articuladas a outras forma-

ções” (BRAGA, 2012, p. 35).

Braga (2009) prevê ainda a abordagem da midiatiza-

ção como um conjunto de reformulações sociotécnicas da pas-

sagem de processos midiáticos à condição de processualidade

interacional de referência. Essa relação é vista em, pelo menos,

dois âmbitos sociais: primeiramente, são tratados processos so-

ciais específicos que passam a se desenvolver – inteira ou par-

cialmente – segundo

lógicas da mídia

. A partir dessa perspecti-

va, é possível relacionar o processo de midiatização com várias

instâncias e campos sociais, como a política, o entretenimento,

a aprendizagem, entre outros. Já o segundo, que se constitui no

desafio de pensar a midiatização ou a comunicação a partir de

um nível macro, requer perceber que, aos poucos, vários proces-

sos sociais passaram a ser midiatizados, perpassados pela mídia

e organizados em consonância com o olhar midiático.

Fausto Neto (2006) conceitua a midiatização a partir

do crescente desenvolvimento de fenômenos técnicos transfor-

mados em meios de comunicação, o que altera os processos so-

ciotécnicos de produção, de circulação e de recepção de discur-

sos. Nessa concepção, a midiatização modifica os processos, os

produtos e as interações entre os indivíduos e produz mutações

na comunicação midiática, nas organizações e nas instituições

sociais, transformando a experiência humana pela existência da

cultura e da lógica midiáticas.

Outrossim, o autor incentiva a reflexão sobre a midia-

tização como prática social e como prática de sentido, conside-

rando a evolução dos processos midiáticos e suas relações com a

sociedade, que são acionadas “[...] segundo operações de dispo-

sitivos técnicos e discursivos que afetam as diferentes práticas

sociais” (FAUSTO NETO, 2006, p. 3). Ou seja, entende a midiati-

zação da sociedade a partir de dois aspectos centrais: seu cará-

ter interacional e semiótico, atentando aos processos midiáticos,

que não são mais exclusividade da mídia e seus protocolos que

já estão assimilados no funcionamento da sociedade. A evolução

das tecnologias de comunicação vem permitindo que as institui-

ções, as organizações e os atores sociais também possam criar

sentidos e difundi-los no meio social, o que constitui também

uma prática social.