Table of Contents Table of Contents
Previous Page  131 / 346 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 131 / 346 Next Page
Page Background

Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

um modo difícil de imaginar no que se refere aos formatos ante-

riormente disponíveis. Estas combinações se instituem a partir

de circunstâncias que se sobrepõem a dinâmicas presentes em

momentos nos quais as ordenações no interior de normas, téc-

nicas e trocas operaram de outro modo. O

broadcast

implicou

um formato disciplinar; o multicanal, o estriamento que restrin-

gia a multiplicidade naquele instante introduzida; o

streaming

,

em contraponto, guia-se por uma configuração particular em re-

lação a temas herdados de ambos, pautada pelo controle e por

uma disposição que adere à lógica do protocolo.

A partir do

streaming

, radicalizam-se diversas pos-

sibilidades: a constituição de acervos aptos a explorar; a reto-

mada particular do fluxo típico do

broadcast

, cuidadosamente

reconstruído; a desagregação e dissociação das emissoras que

compunham o multicanal; a construção de outros modos para

reagregar conteúdos, não mais no rígido formato pregresso; a

pluralização de oportunidades para a criação de mais material;

a reutilização de audiovisual já amplamente conhecido, elabo-

rando estruturas de difusão diversificadas. Este conjunto de

dimensões, relativas a conteúdo, exposição, agregação, surge

como uma categorização abstrata a partir da qual se identifica a

forma para este audiovisual. Encontram-se em jogo outras chan-

ces para combinações, construindo formas cuja ordenação não

se mostrava viável a partir das expectativas até então oferecidas.

Uma experiência inicial se marca pela negociação de

conteúdo a partir de

download

. Remanescente do formato in-

troduzido por Apple a partir de 2001 com a difusão da rede

iPods-iTunes, então voltada para a música (DE MARCHI, 2016),

a experiência inicial com

download

s lida com tudo aquilo que

o

streaming

não vai se tornar. Este

download

engendrava uma

posse de conteúdo que implica uma apropriação limitada das

oportunidades em jogo. Significativamente mais complexas, as

opções abertas durante a segunda metade da década de 2000 a

partir da transposição de audiovisual para a internet deixam de

lado a lógica rústica centrada na posse de determinado conteú-

do, em direção a outra, baseada nas técnicas de acesso. De fato, a

autonomia de audiovisual a partir de internet envolve as tenta-

tivas, a partir de 2009, para associar o

streaming

à autenticação

de assinaturas para cabo-satélite, como introduzido, no centro,