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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

lentos criam um catálogo (cujas produções lapidares se tornam

programas como

I Love Lucy

;

The Beverly Hillbillies

;

The Andy

Griffith Show

), possível de se revender em ocasiões variadas.

Esta combinação delimita uma forma pautada pela

inflexibilidade. Como desdobramento, o

broadcast

produzia

operações que primavam pela regularidade. Garante-se a so-

brevivência do modelo a partir do fechamento à intervenção

de qualquer tipo, no qual o púbico se encontra exposto a fluxos

de conteúdo semelhante em horários específicos, produzido

segundo um único padrão de financiamento (GOMERY, 2008;

WILLIAMS, 1974). A reorganização do audiovisual depende-

rá do surgimento de novos serviços. A partir da década de 70,

criam-se outras emissoras – cujo formato paradigmático TNT,

CNN, MTV, The Movie Channel, Nickelodeon afirmam – orde-

nando outra forma para a televisão, em direção ao multicanal.

A ampliação de serviços destitui o fechamento proporcionado

pelas redes pregressas de

broadcast

. A partir de então, deman-

dam-se soluções diversas, em termos de trocas, para a coor-

denação destes novos canais, buscando sua negociação para

novos envolvidos: sistemas de distribuição a cabo e, posterior-

mente, por satélite.

Distinta da anterior, esta forma prima pela prolifera-

ção de serviços de distribuição, pela diversificação do conteú-

do produzido, pela necessidade sistemática de instituir formas

variadas de negociação de material. Estes serviços se definem

como canais segmentados, com material distinto da generalida-

de pregressa. Se as operações de cabo e satélite consistem na

primeira atividade capaz de reordenar o

broadcast

e de deslocar

a lógica anterior, o audiovisual associado a

software

radicaliza a

possibilidade de modulação, controle e protocolo e institui uma

experiência distinta tanto da televisão convencional quanto do

multicanal. Exemplo de molde, as tecnologias típicas do séc. XX

dependiam de unidade: um espetáculo de duração determinado

em alguma sala escura, uma janela para o fluxo de transmissão

sequencial em residências. Eliminar a centralidade do cinema e

da televisão produz uma intensa diversidade para a organização

de normas, técnicas e trocas. O formato do séc. XXI prima pela

diversidade, que no limite pode resultar até mesmo na prolifera-

ção caótica de equipamentos incompatíveis.