Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
é responsável pela constituição e pela dinâmica da convergên-
cia. Nesse sentido, com base no referencial coletado e debatido,
pode-se dizer que Jenkins (2008) atualiza o entendimento so-
bre convergência no campo da comunicação ao indicar eixos de
estruturação desse entendimento que englobam diferentes se-
tores e atores. O próximo item deste capítulo pretende discutir
nuances técnicas, sociais e culturais do conceito de convergência
com relação às práticas comunicacionais no Facebook para ten-
tar entender como atos de controle num espaço da rede edifi-
cam limitações que impedem a convergência de se estabelecer
plenamente.
3 Convergência e circulação
3.1 Circulação em contexto de midiatização
Examinando o conceito de circulação a partir de pro-
cessos crescentes de midiatização da sociedade, Fausto Neto
(2010) aborda a formação de uma nova arquitetura comunica-
cional, oriunda de novos processos de produção e circulação,
que afetam as relações entre produtores e receptores, provocan-
do a ocorrência de novos modos de interação entre instituições,
mídias e atores sociais. Configura-se aí um terceiro polo comuni-
cacional. Braga (2006, p. 28) renova a importância da circulação
que acontece depois da recepção postulando que “o sistema de
circulação interacional é essa movimentação social dos sentidos
e dos estímulos produzidos inicialmente pela mídia”. Por conse-
quência, a circulação no contexto das redes digitais está atrelada
à ideia de apropriação, já que a atividade dos atores sociais no
ambiente online é potencializada pela ampliação das oportuni-
dades midiáticas (CAMMAERTS, 2013) que eles encontram em
diferentes espaços e dispositivos.
Os aspectos sociais e culturais do conceito de conver-
gência estão fortemente ligados aos usos da tecnologia, de modo
que a apropriação do elemento técnico é o movimento que oca-
siona a configuração de novas práticas, formatos e relações.
A correlação entre esses três níveis deflagra o equívoco de se
considerar o processo como unicamente a reunião de formatos