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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

canais, assumindo formas diferentes nos pontos de recepção. O

estado atual de convergência partiu dessas primeiras confluên-

cias entre meios diversos, confluências que tiveram seu início

em experimentações que transpuseram práticas de produção e

recepção, alterando não só formas de linguagem, mas também

esquemas burocráticos, no sentido de propor novas estruturas

de organização dos meios dentro de uma única empresa, por

exemplo. Dessa forma, o conceito que Jenkins (2008) construiu

sobre convergência é fortemente marcado pelas argumentações

de Pool (1983):

Por convergência refiro-me ao fluxo de conteú-

dos através de múltiplos suportes midiáticos, à

cooperação entre múltiplos mercados midiáticos

e ao comportamento migratório dos públicos dos

meios de comunicação, que vão a quase qualquer

parte em busca das experiências de entretenimen-

to que desejam. Convergência é uma palavra que

consegue definir transformações tecnológicas,

mercadológicas, culturais e sociais, dependendo

de quem está falando e do que imaginam estar fa-

lando (JENKINS, 2008, p. 27).

Em vez de uma convergência de mídias apenas de ca-

ráter técnico, Jenkins (2008) buscou avançar sobre o conceito

de Pool (1983) e destacar as alterações que ocorrem na produ-

ção, na circulação e no consumo de conteúdos veiculados pe-

los meios de comunicação de forma a dar uma ênfase maior ao

papel tanto do produtor quanto do receptor dos conteúdos mi-

diáticos. Essas alterações, segundo o autor, ocorrem em ambos

os lados, no momento em que empresas midiáticas aceleram o

fluxo de conteúdos através de diversos canais de distribuição,

tendo em vista o aumento dos lucros, a ampliação dos mercados

e a consolidação do compromisso com suas audiências; e tam-

bém, quando os consumidores aprendem a lidar com diferentes

tecnologias para controlar de maneira mais completa o fluxo mi-

diático e, ao mesmo tempo, interagir com outros consumidores.

No esforço de recuperar mais estudiosos da conver-

gência, chegou-se a um artigo de Niström, de 2007, que ques-

tionava o conceito de convergência, a influência e o significado