Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
rede, mas também aos indivíduos conectados, de forma que per-
mite o estabelecimento de relações sociais em torno dos conteú-
dos informacionais que nele circulam. Dizard Jr. (2000) aponta
como as conexões permitem a interatividade entre produtores e
consumidores de informação, fazendo com que estes possam es-
colher quando e como receber o conteúdo midiático, tornando-
-se necessário, então, entender o que distingue a interatividade
da participação.
Se antes as tecnologias de comunicação existentes ser-
viam apenas para a distribuição de conteúdos midiáticos, ainda
que sob diferentes formatos, empregando diversas linguagens,
através de múltiplas combinações, hoje as tecnologias disponí-
veis servem também para produção e compartilhamento de con-
teúdo. A interatividade não perde força ao longo do tempo; pelo
contrário, é hoje incorporada como característica dos meios de
comunicação inseridos no contexto digital. E a participação vem
seguindo o mesmo caminho, ainda que com alguns obstáculos.
Jenkins (2008) afirma que não só produtos midiáticos e dispo-
sitivos tecnológicos devem propiciar a interação, como também
os indivíduos devem manifestar o interesse em interagir. Nesse
sentido, o uso e a apropriação de tecnologias e conteúdos midiá-
ticos pelos indivíduos se tornam, então, um fator determinante
na efetivação de um processo de convergência. A afirmação de
Jenkins (2008, p. 182) de que “na cultura da convergência, todos
são participantes – embora os participantes possam ter diferen-
tes graus de status e influência” demonstra o equívoco em se
considerar determinados produtos, conteúdos e comportamen-
tos como caracterizadores de um processo de convergência mi-
diática. Conteúdos potencialmente interativos e participativos
nem sempre configuram um fluxo convergente. O maior equí-
voco ou incerteza, atualmente, surge quando é preciso definir
participação e interatividade. Como ressalta Jenkins (2008, p.
183), “permitir aos consumidores interagir com as mídias sob
circunstâncias controladas é uma coisa; permitir que participem
na produção e distribuição de bens culturais – seguindo as pró-
prias regras – é totalmente outra”. O primeiro passo, nesse caso,
quanto à interatividade, está na relação estabelecida entre o in-
divíduo e o meio, entre a pessoa e o veículo/dispositivo técnico
com o qual irá interagir, de modo que, a partir dessa interativi-