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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

de convergência envolvendo diferentes atores. O aperfeiçoa-

mento na disponibilização de formatos audiovisuais, por exem-

plo, amplia o fortalecimento do nível técnico da convergência

através do site. A maneira como os conteúdos são disponibili-

zados e consumidos no site gera apropriações que provocam

transformações sociais e culturais na circulação desses conteú-

dos. Ao oferecer espaços como as

fanpages

, os grupos e os even-

tos, por exemplo, o Facebook infla o potencial técnico do site. As

dinâmicas de apropriação em torno dessas ferramentas internas

são os estímulos para a ocorrência de câmbios sociais e culturais

na circulação das publicações. Quando o Facebook atua sobre

essas dinâmicas através de um algoritmo que interfere no cami-

nho que os conteúdos tomam, ou deveriam tomar, o processo de

convergência é prejudicado. Entendendo o processo de conver-

gência como uma junção de elementos técnicos diretamente co-

nectados ao elemento humano, a inclusão de um algoritmo que

modifica a circulação do conteúdo de forma invisível mecaniza

um movimento que inicia desprovido de atividade maquínica. A

algoritmização da circulação dos conteúdos limita o componen-

te humano do processo de convergência, prejudicando o caráter

social e cultural do processo. Trata-se de uma implementação

técnica imposta unilateralmente pelo Facebook que vai de en-

contro aos elementos norteadores da convergência (AQUINO

BITTENCOURT, 2012).

A conexão que deveria ocorrer de forma natural a par-

tir do compartilhamento, das interações pelos comentários e

dos conteúdos curtidos é inibida pela atividade do algoritmo.

Quando um conteúdo deixa de ser visualizado, conexões poten-

ciais deixamde ocorrer. É claro que outras são estabelecidas, mas

viciadas pela atividade de um algoritmo que impede a visualiza-

ção de conteúdos que poderiam estimular novos contatos e inte-

rações. Corrêa e Bertocchi (2012) explicam que a curadoria feita

por algoritmos considera atividades passadas do usuário, o que

estimula a oferta de conteúdos semelhantes ao que ele já viu,

acessou, leu ou comentou. Uma curadoria humana, elas afirmam,

é capaz de “agregar novas e inusitadas perspectivas à informa-

ção, oferecendo aos seus usuários a surpresa, o inesperado ou

aquilo que o usuário nem imaginaria existir no mundo e sobre

o mundo”, o que, segundo as autoras, ampliaria o entendimen-