Redes digitais: um mundo para os amadores.
Novas relações entre mediadores,
mediações e midiatizações
A página
Diversidade
publicou a foto no dia 3 de feve-
reiro de 2014
7
, incluindo apenas este comentário: “Grafite numa
rua em Roma, twitada pelo sério Pontifício Conselho para as
Comunicações Sociais em 28 de janeiro”. E no campo de comen-
tários deu-se o seguinte diálogo:
Fernando Palhano –
Sério que um órgão vaticano
publicou isso? kkkkkkk
Diversidade Católica –
Pra você ver, querido.
Diversidade Católica –
Melhor: TUITOU rs
O tuíte referido foi publicado, juntamente com a ima-
gem, no dia 28 de janeiro na conta do Pontifício Conselho para
as Comunicações Sociais (PCCS): “Compartilhamos com vo-
cês este grafite que vimos hoje em uma rua romana próxima
ao Vaticano”
8
. Esse caso revela algumas lógicas e dinâmicas do
processo de circulação comunicacional envolvidas na recons-
trução de elementos do catolicismo: uma construção simbólica
por parte de um grafiteiro (neste caso, sobre a figura do papa) é
reconstruída pelo fotógrafo que realiza a foto, ganhando novos
sentidos ao ser postada como tuíte do PCCS. Posteriormente,
essa reconstrução é novamente reconstruída simbolicamente
pela página
Diversidade
(e por diversos outros meios de comu-
nicação); e, por fim, reconstruída no diálogo com os leitores.
Um processo semelhante ocorre na postagem da pági-
na
Catecismo
9
, porém com outro viés. A página comenta a foto
dizendo: “Nome: Super Papa Francisco. Vestes: batina e solidéu
brancos. Poderes: combater o mal com o bem; pastorear os fi-
lhos de Deus; levar as almas ao céu. Maleta de utilidades: valo-
res. Viva o Papa Francisco!”. Já no campo de comentários, o deba-
te se torna mais acirrado:
Rodrigo Cz –
Amigo eu sou católico e é justamente
por isso que eu lhe digo minha opinião: essa ima-
gem está RIDÍCULA!!!
7
Disponível em: <http://goo.gl/Vofolw>.
8
Disponível em: <http://goo.gl/wAtMbE>.
9
Disponível em: <http://goo.gl/FVkDkg>.