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Redes digitais: um mundo para os amadores. Novas relações entre mediadores, mediações e midiatizações

Como se vê em seus perfis, trata-se de leigos-amado-

res, usuários “comuns” que se apropriam dos saberes-fazeres do

catolicismo e de um de seus documentos doutrinais máximos (o

Catecismo da Igreja Católica) de forma pública e em rede.

Em ambos os casos, o papel das autoridades-especia-

listas tradicionais, como a hierarquia católica, não desaparece

necessariamente, mas é posto em xeque, pois o “internauta mé-

dio” agora pode intervir publicamente, graças aos processos so-

ciais que constituem a midiatização digital, em um debate públi-

co que antes se restringia aos “iniciados”, em fóruns com acesso

reservado. Aqui, colocam-se em questão os desdobramentos de

uma sociedade em que as mediações tradicionais vão se deslo-

cando (como a religião e seus ministros), diante da intermitên-

cia das instituições, em suas respostas canhestras e tentativas a

tais fenômenos.

A “expertise amadora” das duas páginas sobre o cato-

licismo se desenvolve pela prática, pela experiência e pelo tra-

balho colaborativo e público com os leitores. O leigo-amador

busca espaços para intervir à sua forma no debate público. Um

caso emblemático é a postagem sobre uma mesma temática feita

por ambas as páginas: a foto divulgada por uma conta oficial da

Santa Sé no Twitter de um grafite produzido em Roma que re-

presenta o Papa Francisco como um super-herói (Fig. 2).

FIGURA 2 - Grafite publicado nas páginas

“Catecismo” e “Diversidade” no Facebook