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processo de degradação já teria iniciado, fazendo com que no momento da montagem das
pilhas já existisse microrganismos em atividade.
Durante a etapa termofílica houve a necessidade de insuflação de ar nas pilhas nos dias
4, 6, 7, 11, 14 e 19 após montagem do experimento. Após a aeração realizada no 19° dia, as
pilhas não atingiram mais a temperatura termofílica, as quais ficaram deste período em diante,
sempre próximo da temperatura ambiente, onde caracterizou-se assim, o final da etapa
termofílica. Reis (2005) ao trabalhar com leiras de alturas iniciais em torno de 1,0 m
evidenciou perda de calor durante o processo e, consequentemente, a fase termofílica foi
mantida por períodos mais curtos do que quando trabalhou com leiras com dimensões
maiores. Resultados semelhantes ao desse estudo foram vistos por Pereira (2013), que
trabalhou com pilhas com dimensões semelhantes à desta pesquisa e obteve o final da fase
termofìlica no 23° dia após montagem do experimento e por Paiva (2008) o qual verificou que
a temperatura de suas leiras estáticas, após 17 dias da montagem do experimento, apresentou
decréscimo contínuo. Fernandes, Silva e Trennepohl (2009) avaliaram as três tecnologias
mais usuais de compostagem, onde empregaram substratos semelhantes e compararam os
tempos de duração das respectivas fases termófilas, concluindo que, para leiras aeradas esse
período teve duração de 20 dias.
Após o período termofílico foi realizada aeração nas pilhas, pelo tempo padrão de seis
horas, uma vez por semana (nos dias 27, 34, 41, 48, 55, 62, 69, 76 e 83 após montagem), de
forma a evitar a comatação dos substratos que poderiam gerar pontos de anaerobiose, os quais
poderiam comprometer a qualidade final do produto. A Figura 1 ilustra a evolução da
temperatura nas pilhas montadas com resíduos não triturados e a Figura 2 elucida a evolução
da temperatura nas pilhas montadas com trituração prévia dos resíduos.
Figura 1: Evolução da temperatura em função do
tempo para pilhas não trituradas
Figura 2: Evolução da temperatura em função do
tempo para pilhas trituradas
A umidade inicial, em Tprocesso, de todas as pilhas foi corrigida para 65% e manteve-
se constante, entre 60% e 70% até o 11° dia, quando começou a cair gradativamente até ficar
abaixo de 50% no 24° dia, quando foi necessário pela primeira vez adicionar água para
reestabelecer a umidade desejada. Apesar da temperatura ambiente ter estado elevada, o que
facilitaria a perda de água por evaporção e acarretaria em perda acentuada de umidade, esta
condição não foi verificada em nenhuma das pilhas. Condições semelhantes foram observadas
por Reis, Bidone e Gehling (2000) em leiras com altura de 1,20 m. Os autores atribuíram tal
fenômeno a alta umidade do ambiente, que possibilita que o calor produzido nas leiras,
inicialmente com altas temperaturas seja perdido em sua maior parte por convecção, isto é,
troca de calor com a atmosfera. Brito et al. (2008) atribuiram o fato da umidade não diminuir
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Temperatura(°C)
Tempo(dias)
Variaçãode temperaturaparapilhasnão trituradas
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Temperatura(°C)
Tempo(dias)
Variaçãode temperaturaparapilhas trituradas
TemperaturaAmbiente
P-4 P-5 P-6
FaseTermofílica FaseMesofílica
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