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eficiente. Outro fator que pode ter influenciado foi que, no início do processo, relação C:N

das pilhas trituradas era maior do que a das pilhas não trituradas. A deficiência inicial de

nitrogênio pode ter limitado o desenvolvimento dos microrganismos após o intenso consumo

de carbono da fase termofílica, tendo como consequência um processo mais lento.

Em relação à evolução do nitrogênio total em função dos dias de compostagem, as

pilhas com resíduos triturados e as pilhas com resíduos não triturados mostraram

comportamentos semelhantes, havendo no final do processo, um acréscimo relativo do teor

desse parâmetro em relação ao início do processo.

Em média, para ambos os casos, notou-se um incremento gradual no teor de nitrogênio

até o 19°dia. Após esse período, estes teores sofreram um pequeno decréscimo que se seguiu

até o 55° dia para pilhas com resíduos não triturados e até o 41°dia para as pilhas com

resíduos triturados, quando os níveis de nitrogênio voltaram a apresentar tendência a

aumentar. Tendência essa que se seguiu até o final do período de 90 dias. O comportamento

do nitrogênio total durante a compostagem é apresentado na Figura 9 e na Figura 10.

Figura 9: Variação do teor de nitrogênio em função

do tempo para pilhas não trituradas

Figura 10: Variação do teor de nitrogênio em

função do tempo para pilhas trituradas

O aumento relativo no teor de nitrogênio total na fase inicial do processo já era

esperado, uma vez que esse comportamento foi percebido pela maioria dos estudos realizados

em compostagem. É consenso entre os autores que esse acréscimo percentual inicial se dá

devido ao decréscimo da matéria orgânica, já que a perda desse material de sua oxidação a

CO2 é maior que a perda de nitrogênio relacionada ao seu consumo pelos microrganismos. O

ligeiro decréscimo ocorrido coincidiu com o final da fase termofilica e, consequentemente,

com a fase em que há uma estabilização no consumo de carbono, já que a população termófila

se restringe e a atividade biológica global se reduz. Também foi neste período que a umidade

começou a apresentar tendência a diminuir, de forma que, vale lembrar que segundo Kiehl

(1985), é justamente a presença de umidade que ajuda na retenção da amônia.

Outro fator que pode explicar o percentual menor de nitrogênio nesta fase, foi que

neste período houve o aumento de pH, que apesar de ser induzido pela própria produção de

amônia durante a amonificação do nitrogênio orgânico, pode ter facilitado a volatilização da

amônia. O fenômeno ocorre porque em condições de pH mais elevado, ocorre maior

predominância de N na forma NH3, a qual é volátil e em condições de pH menor, prevalece a

forma NH4+. Resultados semelhantes foram observados por Richart et al. (2014) ao relizar

um estudo cujo o objetivo foi avaliar as perdas de nitrogênio por volatilização de amônia em

diferentes condições de pH.

Após este período, as pilhas não trituradas tiveram acréscimo gradativo de nitrogênio,

as quais chegaram a um percentual médio de 4,30% ao fim dos 90 dias. Nas pilhas trituradas o

R²=0,962

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

NitrogênioTotal (%)

Tempo(Dias)

NitrogênioTotalparapilhasnão trituradas

P1 P2 P3

R²=0,9049

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

NitrogênioTotal (%)

Tempo(Dias)

NitrogênioTotalparapilhas trituradas

P4 P5 P6

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