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acrescimo de nitrogênio se deu de forma discreta e somente nas semanas compreendidas entre
o 62° e o 76° dia foi que começou a ser mais expressiva, passando de 1,87% para 3,44%,
completando seu ciclo de 90 dias com uma média 4,48% .
Ao final do processo os percentuais de nitrogênio obtidos mostraram-se em faixas
superiores aos da maioria dos autores, dentre eles Buttenbender e Miller (2005) e Brito
(2008). Um fator que pode ter contribuído para esta condição foi o fato deste estudo ter sido
realizado em uma área coberta, onde evitou-se a precipitação direta sobre as pilhas e,
consequentemente, a lixiviação não só do nitrogênio como de outros nutrientes.
Outra hipótese consiste no método analítico empregado neste estudo, que contrasta
com o método mais utilizado por outros autores para determinação de nitrogênio, que é o
método Kjedahl. O método Kjedahl possui a limitação de não medir os teores de nitrito e
nitrato. Devido a essa restrição Brito (2008) esclareceu que em sua pesquisa, após o término
da fase termofílica e até o final do processo, notou-se queda dos teores de nitrogênio
associada justamente ao crescimento de microrganismos nitrificantes, que transformaram o
nitrogênio amoniacal em nitrito e nitrato, os quais não foram medidos em seu estudo.
Para a relação C:N., todas as pilhas tiveram comportamento padrão, apresentando
decrescimo da relação C:N ao final dos 90 dias de compostagem. Estas tendências podem ser
observadas na Figura 11 e na Figura 12.
Figura 11: Evolução da relação C:N em função do
tempo para pilhas não trituradas
Figura 12: Evolução da relação C:N em função do
tempo para pilhas trituradas
Tanto as pilhas trituradas como aquelas não trituradas apresentaram comportamento
padrão no início do processo, com queda linear da relação C:N até o final da fase termofílica e
aumento desta relação após esta fase, motivadas pelo decrescimo no teor de nitrogênio. Após
este aumento, as pilhas não trituradas voltaram a apresentar comportamento linear, com a
relação C:N decrescendo em função do tempo até o final do processo. Para as pilhas trituradas
os resultados sugerem uma mudança de comportamento a partir deste estágio, já que tanto os
níveis de carbono, como os níveis de nitrogênio variaram de forma discreta. Somente a partir
do 62° dia é que a relação C:N decresceu de forma mais acentuada, já que foi a partir daí que
as pilhas tiveram maiores perdas nos níveis de carbono e também os maiores incrementos dos
níveis de nitrogênio.
Apesar do comportamento diferenciado entre os tratamentos, ambos atingiram a
relação C:N de 12:1, indicativa da maturidade do composto, em períodos semelhantes, sendo
que nas pilhas não trituradas isto ocorreu na semana compreendida entre o 55° e 62° dia e nas
pilhas trituradas, no intervalo entre o 62° e o 69° dia. A excessão foi a pilha P-5, que teve sua
maturação verificada apenas na análise realizada após coleta do 76° de compostagem. Apesar
da aparente maturação dos compostos, confirmadas pela relação C:N desejada, optou-se por
seguir o processo até aos 90 dias, conforme planejado no início do experimento.
R²=0,9783
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
RelaçãoC/N
Tempo(Dias)
RelaçãoC/Nparapilhasnão trituradas
P1 P2 P3
RelaçãoC/N
médiade12:1
R²=0,9513
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
RelaçãoC/N
Tempo(Dias)
RelaçãoC/Nparapilhas trituradas
P4 P5 P6
RelaçãoC/N
médiade12:1
83