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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

sipativas e a auto-organização obviamente exis-

tem. Dado que o caos existente na dinâmica é na

verdade um fenômeno inesperado [...] temos que

esperar a instabilidade em sistemas sociais porque

as decisões não podem ser associadas a nenhuma

regra determinística (PRIGOGINE, 2009, p. 32).

De um modo breve, pode-se lembrar que a emergên-

cia da circulação e as consequências de seu funcionamento e

de suas operações estão associadas a modelos e investigações

sobre a produção do sentido que foram além da perspectiva do

funcionalismo e dos efeitos de suas “patas”, especificamente, as

hipóteses sobre os efeitos “

mass communications

”. De uma pers-

pectiva já mais distante dos dias atuais, condensamos, de modo

breve, algumas formulações sobre seu estatuto. Outrora, a circu-

lação foi concebida como um elo intermediário de um sistema

de produção e recepção de discursos. Mas, também, sua ativida-

de é não linear, pois

comporta bifurcações e que, por consequência, a

circulação da comunicação é um processo que está

afastado do equilíbrio. [...] Essas primeira formas

de tentar compreender a questão da não-lineari-

dade ou defasagem de produção e reconhecimen-

to indica que a circulação discursiva é uma das

principais fontes da complexidade social (não é a

única) (VERÓN, 2008, p. 149).

Em outro momento, levou-se em conta que os sentidos

não se produzem de modo linear, pois são submetidos a comple-

xas operações que vão além de lógicas causalistas e determinís-

ticas. Face a esta hipótese, mais do que uma “zona de passagem”,

a circulação deveria ser concebida como a diferença na atividade

entre produção e reconhecimento. Ou seja, diferença enquanto

um desajuste que impediria haver uma intercambialidade ajus-

tada de signos, portanto convergente entre aquelas duas instân-

cias do processo da comunicação. Vinha à tona a noção de “de-

fasagem entre produção e reconhecimento [...] uma propriedade

constitutiva, estrutural, de toda a comunicação em todos os ní-

veis [...] de seu funcionamento, o qual faz com que o esquema da