Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
dos sistemas, especificamente, heterogeneidades e diferenças,
fazendo com que sentidos convirjam menos e ingressem mais
em territórios de bifurcações e de indeterminações. Também os
deslocamentos remissivos que se fazem na esfera da interpene-
tração, aquém das superfícies e das heterogeneidades de gramá-
ticas, lógicas manifestas, etc..., remetem a questão da diferença
para outras instâncias de maior complexidade que habitam o
denso e “misterioso” continente da
semiosis
.
5 À guisa de conclusão
Que consequências se podem extrair, provisoriamen-
te, do ponto de vista da convergência, em suas dimensões mais
complexas, levando-se em conta ângulos das descontinuidades,
da divergência e de pistas mais problemáticas suscitadas pelas
dinâmicas da interpenetração nas articulações entre produção/
recepção? No estágio atual da midiatização, a pesquisa aponta
que é neste cenário de interpenetração – muito mais de diver-
gência do que convergência – e de tensões entre acoplamentos
e dissipações que
a história se desenvolve agora em um intrínse-
co processo de convergência e divergência entre
meios novos e velhos, com novos cruzamentos
entre o simbólico, o indicial e o icônico e a nova
digitalização gerando uma malha cada vez mais
complexa e diversa. Na qual a batalha pelo contro-
le dos espaços públicos, privados e íntimos se dis-
puta dia a dia com a participação cada vez maior
de enunciadores com desenlaces cada vez menos
previsíveis, nos quais os poderes não podem evi-
tar de ser interpelados (CARLÓN, 2016, p. 169).
Portanto, levar o trabalho do observador adiante no afã
de descrever as marcas de complexidades, implica que se leve
em conta que as tarefas de investigação e de ações comunicati-
vas estão também cada vez mais atravessadas por dinâmicas de
interpenetrações.