Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
vidados a participar, paralelamente aos recursos publicitários,
da remuneração de todos os colaboradores dessa produção cul-
tural e informacional. Devido à diversidade e à complexidade
dos interesses em questão, levando-se em consideração a forte
pressão dos diferentes atores envolvidos, devemos esperar uma
pluralidade de fórmulas, correspondendo a uma grande parte
das variações dos modelos de exploração de produtos culturais
e informacionais conhecidos.
Entretanto, a influência das TIC comercializáveis sobre
uma área possui pouca ou nenhuma capacidade para impor-se
sem toda sorte de relutância e resistência.
4.3 A generalização das relações públicas
Nas sociedades europeias, foi apenas no final dos anos
70 que as tecnologias da comunicação (que foram expandidas
e aperfeiçoadas depois) começaram a ser utilizadas – exigidas,
pode-se dizer – para produzir ou ao menos tentar realizar certos
tipos de socialização. Logo, o avanço da comunicação prosseguiu
sobre a diversidade de campos sociais e profissionais. Elas não
se reduziram às operações eventuais. Em 30 anos, as tecnologias
da comunicação ganharam relevância nas relações sociais. Em
seu nome, se desenrolam um repertório de ações e processos
que situam as tecnologias de informação e comunicação entre
o comercial, a gestão e a administração (especialmente no caso
desta última).
A midiatização não está mais restrita à comunicação
das empresas, organizações e instituições. Porém, as últimas,
sem dúvida em razão da relativa novidade de suas ações comu-
nicacionais, são muito facilmente postas nas redes digitais com
a disseminação das TIC, particularmente depois da abertura
da Internet ao público. E tudo leva a crer que os dispositivos
mais recentes (blogs, plataformas colaborativas, que põem em
sinergia os sites de informação e os celulares, etc.) serão com-
pletamente colocados a serviço das ações comunicativas e con-
tribuirão para reforçar as relações públicas generalizadas. Uma
maioria, e talvez uma grande maioria dos sites, estão nessa cate-
goria (relações públicas), sem mais se afirmarem como sites de
relações públicas.