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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

No Brasil, assim como na Europa, é o momento de

se questionar sobre as consequências dessas mu-

danças, sem ceder aos milagres das explicações

apressadas e por fim decepcionantes a respeito

daquilo que anunciam, de que a partir de agora

passamos a viver em uma “sociedade da informa-

ção” ou em uma “era da informação”. Essas cons-

tatações simplificadas não podem nos desviar da

atividade de parar para analisar e para observar

os novos fenômenos em toda sua complexidade

(MIÈGE, 2000, p. 14).

Assim, o pensamento de Miège atravessou nossa pes-

quisa, na medida em que não consideramos viável utilizarmo-

-nos de simplificações ligadas à “era da informação” para pes-

quisar um observável tão rico e complexo.

4 Algumas inferências

Mais especificamente no que concerne à internet,

Miège é bastante claro ao ressaltar que ela “não reúne nem re-

sume (falta muito para isso!) todas as inovações relativas às Tic,

muitas vezes apresentadas como aquelas da era digital […] Com

a multiplicação dessas redes e o aumento do poder dos fluxos,

a partir de agora é possível trocar cada vez mais mensagens e

transportar arquivos cada vez mais pesados” (MIÈGE, 2012).

Com isso, ele não pretende seguir uma corrente redu-

cionista, de forma a minimizar a importância da internet na con-

temporaneidade, mas coloca-se de maneira sóbria e cautelosa

sobre o assunto – de forma não só a contemplar as inovações

que ela de fato tem trazido desde seu surgimento, porém tam-

bém a alertar sobre o que é classificado erroneamente como ino-

vação advinda e/ou proveniente da internet. Afinal, há muitos

processos preexistentes à internet e às TICs que foram potencia-

lizados com seu surgimento, como é o caso de muitos elementos

constitutivos das relações comunitárias, o que já mencionamos

anteriormente.

Cynthia Corrêa (2004) propõe que há uma potenciali-

zação do ciberespaço quanto ao surgimento de comunidades no