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Redes digitais: um mundo para os amadores. Novas relações entre mediadores, mediações e midiatizações

A opção pela tradução “participatória” ao invés de

“participativa” para o termo original “participa-

tory” foi feita porque, embora similares, o sufixo

“ório” possui a conotação de “local onde ocorre

algo”, enquanto o substantivo “ivo” possui a cono-

tação de “o que ocorre”, assemelhando-se ao que

se dá a entender ao se dizer, por exemplo, que “o

processo digestivo ocorre no sistema digestório”.

Ainda assim, as duas traduções se assemelham,

sendo que a opção por uma tradução em detri-

mento da outra foi para se aproximar da intenção

original do criador do conceito [Jenkins].

Outra palavra-chave ligada ao tema que mais se repe-

te é “convergência”, citada três vezes. É bastante perceptível a

predominância de estudos que tentam de alguma forma refletir

sobre a participação do público/consumidor/receptor em rela-

ção a alguma mídia; por isso, aparecem de forma recorrente nos

resumos palavras como: compartilhar, interatividade/interação,

apropriação, prosumer, participação, engajamento, colaboração

e ativismo/mobilização. Outras palavras-chave bastante utiliza-

das são participação, engajamento e interação.

Portanto, acreditamos que um primeiro eixo temático

de estudos sobre fãs no contexto da cibercultura é sobre a rela-

ção com as mídias, ou seja, como o fã se engaja, participa e inte-

rage com ou através da mídia. Esta relação pode nascer de uma

iniciativa empresarial, por exemplo, através da interação de um

fã de uma celebridade em redes sociais a partir do proposto pela

estrela e seus assessores; ou então, surgir de forma espontânea

do próprio fã, como no caso de criação de um perfil não oficial ou

página em rede social para expressar seu amor por uma celebri-

dade e mesmo para divulgar seu gosto, compartilhá-lo e trazer

mais pessoas para o seu fandom.

Embora, geralmente, o fã se apresente num contexto de

entretenimento, tanto na comunidade acadêmica como na so-

ciedade em geral, há um caráter político, quando percebemos

mobilizações e mesmo ativismos por questões que englobam

mais do que a ficção e diversão, que também deve ser observado

neste eixo temático. Duas pesquisas encontradas em 2014 que

ilustram esta ideia são a de Marcelo dos Santos e a de Amaral,