Redes digitais: um mundo para os amadores. Novas relações entre mediadores, mediações e midiatizações
parece cair progressivamente, ou pelo menos manter-se estável,
ao passo que o uso do termo ‘
new media
’ (nova mídia) cresce
ano a ano”. Ele pondera que uma possível explicação para o de-
clínio do termo na literatura especializada seja a constatação de
que muito do que aparenta ser “novo” na cibercultura na verda-
de não o é, e expõe como alguns autores até renegam o termo.
Entretanto, Felinto (2011, p. 8) salienta que o termo
new media
também pode sofrer o mesmo destino que o termo
cibercultura:
Não custa acreditar que a expressão
new media
também corre o risco de se converter em uma
mot
de passe
. A “magia” desse tipo de vocábulo é de
dupla natureza: por um lado sua esfera de aplica-
bilidade se estende a quase todo o universo, sem,
contudo, nunca oferecer um sentido preciso e lo-
calizável; por outro, invoca automaticamente uma
sensação acrítica de sedução radical. Tudo que
tem a ver com as novas mídias é automaticamente
bom, bonito e atual. Como o Midas das narrativas
mitológicas, o usuário da expressão
new media
converteria em ouro tudo o que viesse a tocar.
Por isso, o autor defende uma arqueologia da mídia, es-
tudos críticos de historiografia da mídia que permitam entender
o que realmente há de antigo neste “novo”. Por outro lado, Mano-
vich (2012) acredita que os termos novas mídias e mídias digi-
tais não capturam tão bem o que ele chama de revolução digital,
preferindo o termo
media computing
(mídia computacional). A
explicação para isso é de que o software é o componente princi-
pal deste atual panorama midiático, pois,
enquanto a representação digital torna possível
para computadores trabalharem com imagens,
textos, sons e outros tipos de mídia a princípio, é o
software que determina o que podemos fazer com
eles. Então, enquanto de fato nós estamos ‘sendo
digitais’, as verdadeiras formas deste ‘sendo’ vêm
do software. (MANOVICH, 2012, p. 3; tradução
nossa).