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Redes digitais: um mundo para os amadores. Novas relações entre mediadores, mediações e midiatizações

xões acerca da produção acadêmica sobre fãs realizada no país.

Com base na coleta de dados feita a partir de alguns preceitos

da Teoria Fundamentada (TF), chegamos à construção de dois

eixos temáticos predominantes nos estudos sobre fãs realizados

no país. No primeiro, “os fãs e as mídias”, o foco está no engaja-

mento, participação e interação do fã, nas práticas e produções

de fãs; no segundo, “a cultura e o fandom”, os fãs são vistos como

comunidade, e destacam-se aspectos culturais e identitários do

fandom. Tais eixos estão intrinsecamente relacionados, assim

como subjetividades e coletividades são acionadas em seus en-

frentamentos. A escolha metodológica da Teoria Fundamentada

foi muito importante neste sentido, pois nos permitiu suscitar

questões e problematizar melhor nosso objeto de pesquisa num

primeiro movimento exploratório. Porém, os dados e reflexões

não se esgotaram ainda aqui e deverão aparecer em trabalhos

futuros. Dessa forma, a partir dessa primeira abordagem para

mapear e refletir sobre as pesquisas sobre fãs no Brasil, pode-

mos observar também a carência de estudos com diferentes

abordagens temáticas e epistemológicas. Em outros estudos de-

batemos a importância da performance de gosto na construção

da visibilidade online dos fãs (AMARAL; MONTEIRO, 2013) e

também discutimos a relação entre estudos de fãs e teorias das

materialidades (AMARAL; CARLOS, 2016), além das discussões

afetivas de cunho político-identitário específicas das audiên-

cias nacionais (AMARAL, 2016) e da cultura material (CARLOS,

2016). É preciso ainda avançar no que diz respeito a singulari-

dades teórico-metodológicas e às especificidades dos casos bra-

sileiros no contexto transcultural.

Referências

AMARAL, Adriana. Cultura pop digital brasileira: em bus-

ca de rastros político-identitários em redes.

Revista

Eco-Pós

(Online), v. 19, p. 01-22, 2016. Disponível em:

<https://revistas.ufrj.br/index.php/eco_pos/article/

view/5422>. Acesso em: 15 dez. 2016.