Redes digitais: um mundo para os amadores.
Novas relações entre mediadores,
mediações e midiatizações
mais recente não está acessível no site do congresso, não sendo
possível compará-las. Porém, é visível uma falta de categoriza-
ção melhor para os estudos que envolvem a cibercultura e o con-
texto atual da tecnologia digital e das chamadas novas mídias.
Em realidade, este exemplo envolve uma discussão maior sobre
a qual nos debruçaremos brevemente a seguir.
Apesar de ser bastante usual, o termo “cibercultura” ge-
ralmente não contém significado explícito, como aponta Macek
(2005), embora seja voltado para assuntos mais culturais, num
sentido descritivo, analítico ou ideológico. Amaral e Montardo
(2011) explicam que o conceito vem sendo ampliado desde seu
início, nos anos 1990, e que, dada a sua natureza, ou seja, dos
fenômenos estudados, estes perpassam várias disciplinas, como
a Filosofia e as Artes, além da Comunicação e outras. Portanto, o
significado varia bastante conforme cada autor.
Para poder entender melhor as possibilidades de signi-
ficado do termo, Macek (2005) criou uma tipologia baseada em
quatro vieses básicos do conceito de cibercultura. No primeiro,
“conceitos utópicos da cibercultura”, são destacadas as Tecno-
logias da Informação (TICs) como agentes de mudança na so-
ciedade, principalmente numa perspectiva futurologística. Pier-
re Lévy e seu livro
Cibercultura
são dados como exemplo. Em
“conceitos de informação”, a cibercultura é entendida como có-
digos culturais (simbólicos) da sociedade da informação, numa
perspectiva analítica. Aqui destaca-se como representante Lev
Manovich e sua obra
The Language of New Media
. No terceiro,
“conceitos antropológicos”, cibercultura refere-se a práticas cul-
turais e estilos de vida relacionados às TICs, numa perspectiva
analítica, orientada ao estado presente e à história.
Welcome to
Cyberia: Notes on the Anthropology of Ccyberculture
, de Arturo
Escobar, exemplifica este conceito. E, por último, em “conceitos
epistemológicos”, a cibercultura é um termo para reflexão social
e antropológica a respeito das novas mídias. Lev Manovich é no-
vamente citado, porém com outra obra:
New Media from Borges
to HTML
. Além da discussão do significado de cibercultura, Fe-
linto (2011, p. 7) aponta um esgotamento do termo, assim como
sua substituição por
new media
: “Na produção em língua ingle-
sa, o número de títulos de obras contendo a palavra
cyberculture