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Redes digitais: um mundo para os amadores.

Novas relações entre mediadores,

mediações e midiatizações

Souza e Monteiro. Na primeira, “o estudo está centrado na for-

mação de grupos em redes sociais como reivindicação do espaço

discursivo de contraposição após 12 anos de virada à esquerda

no governo brasileiro e da constituição da blogosfera progressi-

va” (SANTOS, 2014, p. 01). É importante destacar que no resumo

o autor remete à ideia de fã ligada ao ódio, sem, porém, trazer o

conceito de antifã que parece se aplicar melhor aqui. Já na se-

gunda pesquisa, Amaral, Souza e Monteiro (2014) fazem todo

um apanhado de formas de mobilizações e ativismos, exempli-

ficando-as, entre várias, com as manifestações que aconteceram

no Brasil em 2013, nas quais foi visível a presença de fãs se uti-

lizando de seu fandom para expor suas opiniões num contexto

mais geral, através de cartazes com dizeres de um texto midiáti-

co específico ou até mesmo vestindo-se como um personagem.

É importante destacar que o ativismo de fãs é um

conceito em construção no campo dos estudos de

fãs e que tenta superar uma falsa dicotomia entre

as questões de cidadania e do entretenimento. Ele

pode ser observado como uma maneira de engaja-

mento e mobilização social muitas vezes articulado

com as relações entre fãs e celebridades em suas

ações sociais (Bennet, 2012) ou como participa-

ção política e cívica (Brough e Shresthova, 2012).

(AMARAL et al., 2014, p. 8-9).

Ainda neste primeiro eixo temático que chamamos “

as

mídias e os fãs

”, podemos encontrar estudos centrados nos

conjuntos de práticas ou produções de fãs. Na Intercom, encon-

tramos contempladas quatro práticas realizadas por fãs em seis

trabalhos:

fanzine, fan fiction, fan film

e

fansubbing.

A primeira

consiste em uma revista de fã, como a origem do nome em in-

glês sugere (

fan

+

magazine

). Esta obra pode apresentar textos,

imagens, histórias em quadrinhos e uma gama de possibilidades

estéticas e de conteúdos. Fan fiction, ou fanfic, traduzida como

“ficção de fã”, é uma história escrita por fãs. Já os fan films são

filmes realizados por fãs. E, por último, fansubbing é a prática de

legendar livremente audiovisuais. Todas elas podem ser abor-

dadas de, pelo menos, duas formas: a) a da prática em si, ob-

servando os aspectos para sua realização, como condições téc-